Esta expansão está-se verificando em grande escala no mercado africano: além dos já citados Angola e Egito, também devem ser considerados Moçambique, Congo, Benin, entre outros.
Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o empresário Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), explicou que os impactos da Operação Carne Fraca foram pequenos nas vendas para a África.
“Dos 74 países que manifestaram dúvidas, inicialmente, sobre a qualidade da carne brasileira, após a divulgação da Operação Carne Fraca, apenas quatro ainda não se mostravam totalmente esclarecidos com as nossas manifestações”, afirmou.
Segundo Turra, que também é presidente da Câmara Brasil-Rússia de Comércio, Indústria e Turismo, Angola foi um desses quatro países e, curiosamente, a crise causada pela operação contra frigoríficos no Brasil acabou tendo um efeito contrário junto aos compradores angolanos.
“Se antes Angola demonstrava reservas em relação à carne brasileira, hoje o país africano se transformou num dos maiores compradores dos nossos produtos. Angola se deu conta de que não havia, como não há, nenhum problema com a carne brasileira e que nós tratamos com a maior seriedade. Então, Angola voltou a comprar a carne brasileira e voltou com muito mais força”, destacou.
O presidente da ABPA garantiu que os países africanos “hoje compram muito mais carne brasileira do que antes da Operação Carne Fraca”. “Eu diria que 63% dos países da África estão comprando a carne do Brasil. E a tendência é de que este percentual cresça ainda mais”, completou Turra.
Relação Brasil e Rússia
Aproveitando a oportunidade, o empresário falou sobre o fomento comercial entre empresários brasileiros e russos. De acordo com Turra, há um contato constante com o Itamaraty, com o foco dos representantes dos dois países em atrair investimentos.
“Na segunda-feira [dia 7], recebi o prefeito de Lajeado (RS), que está fazendo contato para atrair para o seu município uma indústria russa de reciclagem. Também sei que, em São Paulo, há empresários brasileiros conversando com empresários russos sobre compras de equipamentos hospitalares”, revelou.
O presidente da Câmara Brasil-Rússia de Comércio, Indústria e Turismo crê que tais encontros são muito bem vindos em tempos de crise. Segundo Turra, há simpatia e boa vontade dos dois lados.
“Isto é muito bom e tende à realização de bons negócios porque os empresários russos têm simpatia pelo Brasil e os brasileiros começam também a ter simpatia pelos empresários russos. Como disse antes, isso é muito bom porque as relações entre empresários russos e brasileiros nunca foram assim tão boas”, concluiu.