A Sputnik Brasil falou com exclusividade com o idealizador do projeto, o ator e dramaturgo, Judson Feitosa, que explicou como surgiu a ideia de fazer um musical sobre a Lava Jato e qual a proposta do espetáculo.
"Eu sempre gostei de conversar sobre política, é um assunto que sempre me interessou, e pensei: por que não escrever um musical sobre o período histórico que a gente está vivendo? Então eu sentei e escrevi, muito rápido, a inspiração veio de uma vez. Registrei o texto e tá aí", disse o idealizador do projeto.
"Na verdade, eu vou além da Lava Jato. A Lava Jato é um mote para eu falar sobre o Brasil, sobre o período histórico que nós estamos vivendo, porque nós estamos vivendo a história. Nós ainda não temos o distanciamento para perceber isso, mas estamos vivendo uma história, e isso tem que ser retratado nos palcos", acrescentou.
Judsom destacou que a trama terá início com a chegada do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste da cidade.
"Tem vários personagens que já do conhecimento geral das pessoas, eu também inventei alguns, até porque, como eu falei, é um espetáculo, eu não tenhho nenhum compromisso com a realidade, então eu me inspiro na realidade pra construir uma outra, cênica", explicou.
Judson disse também que não teme ser alvo de ações por parte dos políticos e empresários envolvidos na Lava Jato.
"Como eu falei, é um espetáculo, não é a realidade, a realidade é outra coisa. O espetáculo é uma realidade cênica. E até mesmo, acho que foi no ano passado, que o Supremo liberou as biografias não autorizadas, que é muito mais sério. Você tá falando da vida real de uma pessoa. Então eu acredito que não vamos ter problema nenhum, até porque censura já acabou, né gente?", destacou.
"Além de ser um elenco grande, eu preciso que os atores sejam muito bons comediantes, que saibam cantar, que saibam dançar. E eu durante o texto utilizei todos os artifícios possíveis de comédia. Então, além de serem comediantes eles vão ter que ser versáteis", frisou o idealizador do projeto.
Ao ser questionado se o musical da Lava Jato vai acabar em pizza ou em samba, Judson foi categórico: "Isso vocês vão ter que ver, mas em pizza certamente não vai (risos)".