Segundo o advogado de Temer, Antônio Claudio Mariz de Oliveira, Janot estaria atuando de maneira política em sua tentativa de investigar o presidente, cuja primeira denúncia (por corrupção passiva) foi rejeitada pela Câmara dos Deputados.
“Já se tornou público e notório que a atuação do procurador-geral da República, em casos envolvendo o presidente da República, vem extrapolando em muito os seus limites constitucionais e legais inerentes ao cargo que ocupa”, afirma o pedido de Temer.
O documento de 23 páginas foi encaminhado ao ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato e do caso JBS no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em razão da sua “uma obsessiva conduta persecutória”, Janot não poderia mais prosseguir no comando das investigações, de acordo com a defesa do peemedebista. Em sua primeira denúncia, o procurador atribuiu a Temer o papel de chefe de uma organização criminosa.
“Por todo o exposto, nos termos do artigo 104 do Código de Processo Penal, argui-se a suspeição do dr. Rodrigo Janot Monteiro de Barros, para que, depois de ouvido, esteja impedido de atuar no presente procedimento, devendo ser substituído, extraordinariamente, pelo seu substituto legal, isento e insuspeito”, continua o pedido da defesa.
Segundo especialistas, são pequenas as chances de Fachin acolher o pedido da defesa e afastar Janot. O procurador-geral da República conclui o seu mandato em 17 de setembro e, até lá, aguarda-se “novas flechas”, como ele definiu eventuais novas denúncias contra Temer e outros investigados pela PGR.