O especialista em assuntos internacionais do Instituto Chinês de Comunicações, Yang Mian, disse à Sputnik China que para o Panamá o canal é uma das fontes de receita principais, ao mesmo tempo, a China hoje em dia é o segundo país com maior trânsito através desta rota comercial. É por isso que ambos os países estão mutuamente interessados em garantir sua segurança.
"Embora os EUA tenham saída aos dois oceanos [Atlântico e Pacífico], eles precisam do canal para comunicar entre seus litorais. Essa é a razão principal por que no passado os EUA já ocuparam o Panamá", explicou o especialista.
O país centro-americano conseguiu recuperar a soberania sobre o canal e criou ali uma zona econômica exclusiva. Devido ao crescimento rápido da economia e do comércio, a China se tornou o segundo maior usuário do canal. Por isso, a importância do canal para o país asiático é evidente.
O chefe do Centro de Ciências e Informações do Instituto russo da América Latina, Aleksandr Kharlamenko, chamou a atenção para outro problema de segurança que pode ser discutido durante as negociações em Pequim. Até o ano de 1999, o canal esteve totalmente controlado pelos EUA. O Panamá realizou grandes esforços diplomáticos e políticos para recuperar o canal para sua jurisdição.
Entretanto, segundo os acordos, a segurança desta rota comercial está sob a responsabilidade dos EUA. Este facto é uma das razões principais por que a China quer participar na construção de um canal alternativo na Nicarágua, sublinhou Kharlamenko.
"Washington, sem dúvidas, tem uma grande vantagem de influência [sobre Panamá]. Por isso, se o governo atual do Panamá se arriscar a brigar com os EUA […] facilmente poderá ser derrubado", acrescentou o especialista.
Tudo isso cria um certo transtorno político para as conversações em Pequim e, evidentemente, não pode ser ignorado pela China no processo de formação do seu rumo político na região.