EUA aceitam destruir estoque de gás mostarda deixado no Panamá

© Sputnik / Pavel LisitsynBombas de fósforo em unidade de destruição de armas químicas na cidade russa de Shchuchye, na Sibéria
Bombas de fósforo em unidade de destruição de armas químicas na cidade russa de Shchuchye, na Sibéria - Sputnik Brasil
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Os Estados Unidos entraram em acordo com o Panamá para destruir um estoque de bombas de gás mostarda deixado pelo governo norte-americano há 70 anos no país caribenho, onde Washington conduzia testes secretos sobre os efeitos das armas químicas nos humanos.

Na pequena ilha de San José, entre os anos de 1945 e 1947, cerca de 200 militares dos EUA levaram a cabo a tarefa de estudar o real poder do gás como instrumento de guerra. Décadas depois, pelo menos oito bombas com esse composto ainda permanecem na região. Mas, de acordo com autoridades locais, é possível que existam outros milhares desaparecidas na ilha, prontas para serem detonadas.

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Desde a descoberta desse estoque, em 2002, o Panamá vinha pressionando os Estados Unidos para destruir as bombas, como determina a Convenção Internacional sobre Armas Químicas. Mas, até agora, Washington vinha se recusando a cumprir sua obrigação, oferecendo como alternativa pagar e treinar cidadãos panamenhos para fazer o trabalho. 

Após anos de disputa e em meio às condenações do governo dos EUA sobre o uso de armas químicas na Síria, os norte-americanos finalmente concordaram em realizar o serviço. Os trabalhos devem começar em setembro e serão supervisionados pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ).

Segundo o National Post, parte das bombas de mostarda existentes em San José podem pertencer ao Canadá, já que o governo canadense também participou do programa conduzido na ilha. Em meio aos horrores da Segunda Guerra Mundial, mais de 30 mil bombas desse tipo teriam sido detonadas na ilha, com o objetivo de comparar os efeitos das queimaduras em diferentes grupos étnicos. Embora Ottawa tenha tentado negar ou minimizar sua participação no programa americano durante muito tempo, recentemente foi evidenciado o papel de destaque do Canadá na produção e transporte das armas, no planejamento dos testes e nos bombardeios.

Canadá, Panamá e Estados Unidos são signatários da Convenção sobre Armas Químicas, com base na qual os EUA já destruíram cerca de 90% do seu estoque de 37 mil toneladas.

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