As Nações Unidas e a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) iniciaram a investigação do incidente. No entanto, os Estados Unidos, sem esperar os resultados da investigação, lançaram mísseis de cruzeiro contra a base aérea síria na província de Idlib, em 6 de abril. Washington afirmou que o ataque foi uma resposta ao suposto uso de armas químicas por Damasco.
Incidente contestado
A colação liderada pelos EUA um ataque aéreo contra o depósito com substâncias tóxicas do Daesh no dia 6 de abril, entre as 5h30 e 5h50 da manhã, horário local, informou o exército sírio em comunicado publicado nesta quinta-feira.
Os resultados do ataque dos EUA provam que o grupo terrorista Daesh possui armas químicas, que poderiam ser usadas em ataques em massa, acrescentou o exército sírio.
O porta-voz da coalizão liderado pelos EUA, coronel John Dorrian, refutou as alegações da Síria.
"[O porta-voz da operação Inherent Resolve] viu os relatórios do Exército da Síria alegando ataques da @CJTFOIR [operação Inherent Resolve] nos arredores de Deir Ezzor Weds — [isso] não é verdade! Desinformação intencional… novamente!" escreveu Dorrian no Twitter.
Já o ministério da Defesa da Rússia afirmou não possuir informações sobre o suposto ataque da coalizão, segundo o representante oficial do ministério, Igor Konashenkov.
"O Ministério da Defesa da Rússia não possui informações confirmando relatos de mortes de pessoas, nem sobra a natureza das destruições provocadas pelos ataques aéreos da coalizão internacional na área de Deir ez-Zor".
Konashenkov acrescentou que o contingente russo implantado na Síria enviou aviões de reconhecimento para monitorar a situação na área atingida por ataques aéreos da coalizão.
"A Comissão Internacional está investigando as violações dos direitos humanos e do direito internacional humanitário. Além disso, investiga todas as situações em que os ataques de qualquer parte do conflito levaram à morte e ferimentos de civis", disse o porta-voz da Comissão, Rolando Gomez, quando perguntado se este incidente seria investigado.
Investigação pode comprometer os EUA
Se as alegações do governo sírio sobre o ataque da coalizão norte-americana contra a base do Daesh forem confirmadas por evidências relevantes, isso provaria as alegações da Rússia de que os terroristas na Síria possuem armas de destruição em massa, disse Viktor Ozerov, chefe da Comissão Defesa e Segurança da câmara alta do Parlamento russo.
Assim, Washington poderia ficar em uma posição comprometedora, já que precisaria explicar "por que as armas químicas, de cuja utilização acusou Damasco, acabaram por ser propriedade dos terroristas", disse Ozerov.
Os dados do exército sírio "questionam e talvez mesmo refutam" as afirmações de Washington de que o governo sírio está por trás do uso de armas químicas em Idlib, disse o senador.