O diplomata russo sublinhou o fortalecimento das posições do grupo extremista no Afeganistão e a preocupação de Moscou pela provável expansão da instabilidade aos países da Ásia Central. Uma preocupação especial é causada pela remessa de armas aos militantes do Daesh entregue por helicópteros desconhecidos, observada em várias províncias afegãs.
"As conversas sobre uma participação possível da Rússia em ações militares no Afeganistão são apenas palavras. Nenhum soldado russo entrará no Afeganistão para lutar contra o Daesh. Neste momento este é um problema político, e essas palavras são um aviso diplomático. Até o Daesh atacar as fronteiras de 6 países da Ásia Central e da Rússia, os russos não vão tomar medidas militares. O motivo de preocupação da Rússia quanto ao crescimento da influência do Daesh no Afeganistão, especialmente no norte do país, é a ameaça que a situação na Ásia Central possa piorar.
"Os politicólogos acreditam que as consequências [de uma possível intervenção militar por parte da Rússia no Afeganistão] serão muito graves. A Rússia está participando da guerra na Síria para defender o governo legal de Bashar Assad, bem como as aspirações de Moscou na região e no mundo. O Afeganistão para Moscou tem uma importância especial, tanto quanto a Síria. Será que a Rússia aguentará a presença de talibãs e do Daesh na Ásia Central, que o país considera uma região de sua influência? É pouco provável. Moscou considera a presença de quaisquer grupos terroristas no território da Ásia Central como uma ameaça à sua segurança. O fortalecimento do Daesh no Afeganistão e a fraqueza do governo de unidade nacional pode empurrar Moscou para uma intervenção militar no país."
"A guerra no Afeganistão se está expandindo, além dos talibãs e do Daesh, aqui começaram atuando outras organizações terroristas. Vamos ver como a situação vai evoluir.
"As relações entre a Rússia e os EUA pioram a cada dia, por isso, os norte-americanos podem tentar pressionar a Rússia usando diferentes grupos islâmicos a fim de piorar a situação nas repúblicas da Ásia Central, por isso a Rússia está monitorando a situação atentamente."