Que vai fazer a China em caso de conflito militar entre EUA e Coreia do Norte?

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Xi Jinping após pousar em Moscou, em 4 de julho de 2017 - Sputnik Brasil
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A China reagiu de forma bastante dura às ameaças recíprocas do presidente dos EUA e do líder da Coreia do Norte.

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O influente jornal chinês Global Times deu a entender em seu editorial que Pyongyang não deve contar com ajuda da China caso a Coreia do Norte seja a primeira a desencadear um conflito militar com os EUA. A Coreia do Sul e os EUA também foram advertidos: a China não vai permitir a mudança do regime político na Coreia do Norte.

A publicação do Global Times surgiu depois que Donald Trump afirmou que a Coreia do Norte "vai receber fogo e fúria como o mundo nunca viu".

As declarações de Donald Trump provocaram uma resposta quase imediata de Pyongyang. Horas depois, o governo de Kim Jong-un anunciou um plano para atacar com mísseis balísticos a ilha de Guam, onde se encontram estruturas militares dos EUA, e depois a base aérea de Andersen na mesma região, que acolhe os bombardeiros estratégicos B-52.

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O chefe do Centro de Estudos do Nordeste Asiático da Universidade chinesa de Jilin, Ba Dianjun, lembrou em uma entrevista à Sputnik China que os chineses têm a obrigação de ajudar a Coreia do Norte caso aconteça uma agressão contra este país.

Mas o acordo de amizade, cooperação e ajuda recíproca entre a China e a Coreia do Norte não será acionado caso seja a Coreia do Norte a iniciar um conflito.

Os países grandes e influentes, como a China e a Rússia, são, sem dúvida, contra o início de qualquer conflito aberto em torno da Coreia do Norte, porque ele vai afetar toda a região. O especialista assinala que tal posição da China e da Rússia não significa que os dois países sejam "padrinhos" da Coreia do Norte, eles simplesmente não aprovam a agressão militar dos EUA.

O especialista Konstantin Asmolov, do Instituto do Oriente Médio, considera que a matéria em questão do Global Times expressou a posição da China: Pequim "irá punir todos que agravarem a tensão na península Coreana".

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"Os EUA não devem contar que sua tentativa de lidar com a Coreia do Norte decorra à semelhança do roteiro iraquiano", disse o especialista, porque a China não permitirá a mudança do regime norte-coreano.

"O que agora está acontecendo na mídia norte-americana é semelhante aos acontecimentos que precederam a guerra no Iraque. A guerra começou com o lema de que os EUA devem levar a democracia para o povo iraquiano", disse o especialista, acrescentando que naquela altura "o tirano sangrento" era Saddam Hussein, que alegadamente teria armas químicas. O mesmo roteiro parece já ter sido preparado para a Coreia do Norte.

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