A descoberta foi avançada num artigo publicado na revista Geophysical Research Letters.
"O mecanismo e a natureza dos tsunamis estão ainda pouco estudados. Uma catástrofe igual à de Fukushima nos faz pensar sobre as forças que geram as ondas gigantes e por que esses fenômenos nem sempre causam poderosas inundações", segundo explica Finn Lovholt e seus colegas do Instituto Geotécnico da Noruega em Oslo.
A forma como os tsunamis surgem durante os terremotos está bastante estudada pelos geólogos, contudo o papel dos deslizamentos nesse processo está ainda muito pouco estudado. A título de exemplo, Lovholt indica um outro deslizamento forte que se deu há aproximadamente seis mil anos, mas que não chegou a causar efeitos visíveis.
O problema é que de momento os cientistas não conseguem explicar completamente por que as grandes camadas de solo no fundo do mar começam deslizando pelos seus declives, perdendo a estabilidade. A razão para tal pode ser tanto a mudança das correntes, quanto a flutuação das temperaturas, além de explosões submarinas de metano, cujas moléculas vêm se acumulando no permafrost no fundo do mar da Noruega.
Lovholt e seus colegas encontraram a resposta à última pergunta após terem analisado amostras dos estratos de rocha formados por ambos os deslizamentos e chamados atualmente de "Sturegga" e "Trenadjupet".
O caso de Trenadjupet foi diferente – aconteceu uma série de várias dezenas de desmoronamentos separados, cada um dos quais ia provocando um deslizamento ainda maior do que o anterior.
De acordo com os cálculos, a magnitude de um tsunami causado por deslizamentos depende principalmente, não do tamanho do deslizamento, mas do relevo do fundo do mar. Esses são os fatores a serem levados em conta para se fazer uma projeção da magnitude do tsunami e construir proteções.