"Em 1987, quando eu dei minha primeira palestra sobre o ronco em Belgrado, os professores e diretores das grandes clínicas que estavam na primeira fila — todos estavam rindo. Já depois, muitos deles se inscreviam para que eu os operasse", conta o médico.
A Sputnik Sérvia falou com Vukoje sobre os mendigos nas ruas líbias, o "efeito dominó" no Oriente Médio e, claro, o filho da revolução Muammar Kadhafi.
Na sequência disso, Vukoje fez sua primeira visita à Líbia em 2006.
"Eu passei bastante tempo com ele. Agora, estou em contato com sua filha Aisha. Ela mora no Omã com seus três filhos e a mãe", partilhou. "Há pouco, Aisha me enviou um e-mail, dizendo que ela talvez se candidate ao posto de presidente da Líbia", adiantou.
O médico também revelou suas impressões da Líbia da época de Kadhafi e assegurou que naqueles anos "se vivia muito bem na Líbia".
Falando das causas da guerra civil, Vukoje destacou tal fenômeno como o "efeito dominó". Ou seja, um pequeno grupo de pessoas descontentes conseguia encontrar outro grupo, enquanto este encontrava outro, e assim por adiante.
"Foi assim que começou esta maldita guerra e vejam como acabou. O general que me transportava para lá diz que as pessoas simplesmente não têm nada para comer, não há água, petróleo. Um horror", exclamou.
Na época, o líder líbio convidou o médico sérvio à televisão nacional para gravar a conversa. Mas, como ninguém, nem os poderosos deste mundo, pode ficar absolutamente tranquilo nas vésperas de uma cirurgia, Kadhafi gracejou:
"Toda a Líbia está tremendo perante mim, e eu fico tremendo perante um cirurgião sérvio."
Vukoje revelou também um pormenor interessante que soube de um seu cliente "com muita influência, mas que prefere ficar na sombra".
"Quando ele viu a fotografia de mim junto a Kadhafi, ele perguntou quando é que isso foi. Eu disse que o vi pela última vez em 4 de novembro de 2010. A respeito a isso, o homem me contou que ele, com outras duas pessoas, visitou Kadhafi dois meses depois e lhe propuseram que levasse todo o dinheiro que quisesse, levasse consigo quem quisesse, para qualquer país onde quisesse morar. E ele respondeu: ‘Eu cheguei ao poder através de uma revolução e o deixarei da mesma maneira'", confessou o médico sérvio.