Coragem sem precedentes: mulheres curdas pegam em armas para combater Daesh (FOTOS)

© Sputnik / Sara NureddinCombatentes curdas na província iraquiana de Kirkuk.
Combatentes curdas na província iraquiana de Kirkuk. - Sputnik Brasil
Nos siga no
Persistência, determinação e combate – este é o lema das combatentes curdas na província iraquiana de Kirkuk, metade da qual é controlada pelo grupo terrorista Daesh.

Mulheres muçulmanas dançam em Istambul, Turquia, 30 de maio de 2015 - Sputnik Brasil
'Tinder jihadista' e obsessão sexual: noivas do Daesh dizem como é ser esposa do califado
Um correspondente da Sputnik visitou as corajosas mulheres curdas em suas posições de combate perto de Hawija, onde elas se preparam para lutar contra os terroristas. Algumas delas já têm experiência de combate fora de Kirkuk, enquanto outras se juntaram aos grupos de mulheres armadas recentemente. Elas falaram sobre como decidiram pegar em armas e sobre o que passaram na linha de frente.

Difícil no treinamento, fácil no combate

Centenas de mulheres chegaram dos distritos fronteiriços do Iraque para defender o Curdistão iraquiano e libertar as áreas ocupadas pelo Daesh (grupo terrorista proibido na Rússia). Desde 2014, as mulheres tem tido treinamentos intensos antes e depois de seu serviço ativo. Foi naquele ano que os curdos, homens e mulheres, decidiram se levantar em luta contra o "califado".

Khamanu Nakshabandi, uma combatente experienciada do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), diz que seus pais se juntaram às forças peshmerga em 1979, inspirando ela a fazer a mesma coisa.

© Sputnik / Sara NureddinMulher curda combate contra o Daesh perto de Hawija, Iraque
Mulher curda combate contra o Daesh perto de Hawija, Iraque - Sputnik Brasil
Mulher curda combate contra o Daesh perto de Hawija, Iraque

Agora, sob o comando de combatentes com experiência como ela, as jovens curdas estão aperfeiçoando suas capacidades de combate a cada dia, aprendendo a disciplina militar. Estão se preparando para a batalha contra o inimigo que elas veem diariamente a uma distância de apenas alguns quilômetros.

"Após a libertação desta área em 2015, este ponto se tornou o último a ser libertado. Mesmo à nossa frente tudo o que pode ver são aldeias do Daesh", disse Khamanu, acrescentando que a área é curda e antes era habitada por seus ancestrais.

Ela notou que durante os últimos três anos da guerra, ela aprendeu não apenas como combater mas também uma nova língua, o árabe.

Nenhuma diferença dos homens

"Tenho 20 anos e estou aqui para ter orgulho da minha vida e defender o sonho curdo", disse Ayrin Akhmadi, uma das combatentes do PKK.

A mulher afirma que decidiu pegar em armas após ter ouvido histórias sobre mulheres yazidi que foram raptadas, escravizadas e estupradas pelos terroristas.

"Eu tive que tomar a decisão e pegar armas para evitar a repetição disso. Não vejo diferença entre homens e mulheres, posso defender meu país e meu povo', acrescentou.

Mulheres em burca - Sputnik Brasil
Atração fatal: o que empurra jovens alemãs para os braços do Daesh?
Ayrin Akhmadi foi quase morta em novembro passada quando os terroristas atacaram as combatentes.

"Sofri ferimentos graves, mas a dor causada pela morte de minha amiga foi ainda pior. Fui levada ao hospital, mas cerca de um mês depois eu voltei para a linha de frente […] Apelo a todos os homens e mulheres para que lutem contra o Daesh até que este seja derrubado", ressaltou.

"Matei muitos terroristas"

Mani Leylakhi, de 22 anos, também fala sobre o orgulho. "Pegamos em armas para nos sentirmos orgulhosas e para sermos o orgulho de nossa famílias. Estou lutando pelo meu país e pelos curdos".

© Sputnik / Sara NureddinMulher curda combate contra o Daesh perto de Hawija, Iraque
Mulher curda combate contra o Daesh perto de Hawija, Iraque - Sputnik Brasil
Mulher curda combate contra o Daesh perto de Hawija, Iraque

Desde 2014, a mulher participou de quatro operações militares contra o Daesh e afirma que nunca recuou perante os radicais.

"Sempre participei de combates contra os militantes. Eu atirei neles e eles atiraram em mim. Não tinha medo. Não sei o número exato, mas matei muitos membros do Daesh", disse ela acrescentando que a cada hora elas sentiam que os terroristas se tornavam mais fracos.

A guerra tem também outro lado. Uma vez Mani Leylakhi esteve a um passo da morte quando um homem-bomba em um caro minado se dirigiu para o grupo de mulheres combatentes. Elas foram todas salvas por uma amiga, que se aproximou do veículo e lançou uma granada lá para dentro.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала