A cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais tem um sido uma das regiões mais procuradas no Brasil pelos refugiados da guerra na Síria para recomeçar suas vidas. De acordo com dados do Consulado da República Árabe da Síria, em Minas Gerais, há cerca de 200 refugiados sírios em Belo Horizonte e 187 sírios pediram refúgio à Polícia Federal em Minas Gerais, em 2016.
Esses imigrantes de Belo Horizonte promoveram nesta terça-feira (15), na Praça da Liberdade, uma manifestação para pedir o fim da guerra civil no país árabe.
"Este ato foi um ato com o fim exclusivo de pedir a paz na Síria […] fizemos um ato pedindo, inclusive a Deus, para que volte a paz na Síria. A mortandade lá está muito grande […] e nós não vemos ninguém fazer nada por isso", destacou o diplomata.
Emir comentou a mensagem de apoio que o Papa Francisco enviou especialmente para essa manifestação em Belo Horizonte.
"Logo que teve essa ideia de fazer essa manifestação, eu fiz uma carta à Sua Santidade, Papa Francisco, falando da nossa manifestação, e como ele era um homem que pregava a paz, um homem de paz, eu pedi para que ele mandasse alguma coisa para que fosse lida durante a manifestação. E três dias atrás nós recebemos uma carta dele abençoando a manifestação e as pessoas que lá estivessem, e foi muito bonito", conta.
Emir também comentou os motivos pelos quais Belo Horizonte é uma das cidades mais procuradas pelos refugiados. De acordo com o cônsul honorário, os refugiados que chegam ao Brasil vão para regiões onde já possuem parentes ou amigos.
"O belo-horizontino é por natureza muito receptivo e muito agradável pra quem vem de qualquer nacionalidade. Eles tão se sentindo muito bem aqui em Belo-Horizonte", disse.
Emir não deixou de comentar também a questão do preconceito que ainda existe por algumas pessoas no Brasil, e analisou o caso que aconteceu também aqui no Rio de Janeiro, com o vendedor sírio Mohamed Ali, que foi hostilizado por um ambulante, em Copacabana, no início do mês de agosto.
Ele também aproveitou para comentar que na época dos Jogos Olímpicos foi chamado pela Polícia para falar sobre possíveis ameaças terroristas no Brasil.
"Na época das Olimpíadas, eu fui chamado pela Polícia Federal, pelo Exército, por todos os órgãos oficiais para uma reunião na qual eu fiz a apresentação. Eles tinham medo de que pudesse fazer algum ato terrorista nas Olimpíadas. E eu garanti a eles que os que estão em Belo Horizonte, os que eu conheço pessoalmente, um por um, não precisavam nunca nem se preocupar", completou.