Uma intervenção militar dos EUA na Venezuela é muito provável, especialmente tendo em consideração que foram os EUA que organizaram as manifestações contra o presidente Nicolás Maduro para retomar o petróleo venezuelano sob seu controle, explicou Igor Pshenichnikov à Sputnik.
De acordo com o especialista, outro instrumento de pressão são as sanções dos EUA contra o presidente Nicolás Maduro e os membros do atual governo venezuelano. Mais do que isso, os EUA estão considerando a introdução de novas sanções econômicas contra Venezuela: essas medidas vão suspender os pagamentos em dólares pelo petróleo exportado.
Pshenichnikov sublinhou que os EUA têm grande experiência na organização de revoluções coloridas em várias partes do mundo, mas apesar disso na Venezuela "nem tudo corre bem".
"O cenário do derrubamento de Maduro pelas forças da 'oposição democrática' está atravessando problemas. As manifestações, apesar das vítimas, ainda não deram fruto", acrescentou ele.
O fracasso do golpe de Estado que foi liderado por um desertor do exército venezuelano, que segundo as autoridades da Venezuela foi patrocinado pelos EUA, provou mais uma vez que Maduro tem a situação sob controle, sublinhou o especialista.
De acordo com Pshenichnikov, é por isso que Washington está criando novos planos para derrubar Maduro – através de uma intervenção militar.
O especialista nomeou as razões por que a intervenção militar dos EUA na Venezuela será realizada antes do bombardeio contra a Coreia do Norte.
Além disso, os EUA planejam retomar o petróleo venezuelano sob seu controle.
Em terceiro lugar, os EUA já controlam a oposição venezuelana.
Finalmente, os EUA têm grande experiência em derrubar regimes na América Latina através da força militar.
"Quais são as consequências de uma intervenção na Venezuela – se for realizada – para toda a América Latina? É provável que isso seja o início da implantação de regimes de marionetes nos países da região onde estão governando forças antiamericanas. Em primeiro lugar, isso impulsiona a amplificação 'justificada' da pressão sobre Cuba, Nicarágua e Bolívia", disse Pshenichnikov.
"Em resumo, enquanto todo o mundo está preocupado com a Síria e a Coreia do Norte, os EUA discretamente, mas de forma persistente, estão continuando atuando no seu 'quintal' como o fizeram ao longo do século passado. E a próxima vítima é a Venezuela", afirmou o especialista.