O Afeganistão representa um grande interesse para muitas potências mundiais, como os EUA, os membros da OTAN, a Rússia, a Índia e a China. Mas, do ponto de vista econômico, são os Estados Unidos e outros países da OTAN que gastam mais no Afeganistão, pois se responsabilizaram por ajudar o país islâmico até 2020, lembra o especialista político Ruhollah Ahmadzai.
No entanto, acredita o especialista, a guerra no Afeganistão se tornou uma dor de cabeça para Washington e seus aliados europeus, porque seus planos, feitos há 17 anos, acabaram em fracasso.
Comentando a carta dos talibãs, Ruhollah Ahmadzai sublinhou que esta reflete os desejos do Paquistão e seus serviços de inteligência, mas não os do Talibã, por isso ela não tem grande importância para a Casa Branca.
O que importa mais é que os EUA poderão aumentar de modo significativo suas forças no Afeganistão para combater o terrorismo, ressalta o especialista.
"Se a América o fizer, isso será uma repetição dos acontecimentos sangrentos que tiveram lugar há 17 anos, o que não ajudará nada na luta contra o terrorismo", disse Ahmadzai à Sputnik Dari.
Falando da possível conquista do país pelos talibãs, o especialista afirmou que hoje em dia isso é pouco provável.
"A situação político-militar atual no Afeganistão é diferente daquela que havia 17 anos atrás. Nosso exército se tornou melhor e mais forte, nossas províncias se estão tornando cada vez mais seguras. Agora, o nosso exército pode repelir melhor os ataques de grupos terroristas enviados do exterior."
Na opinião de outro especialista político, Nasir Torki, a carta dos talibãs não contém nada de novo.
"Há 15 anos que eles apresentam as mesmas pretensões. Mas não se pode negar o fato de o Talibã ter reforçado recentemente suas capacidades militares. Além disso, eles passaram a ter novos patrocinadores políticos", disse.
Mesmo assim, acredita Nasir Torki, nem pensar que o Talibã possa conquistar todo o Afeganistão. Com um grande apoio material, os serviços de segurança poderão ajudar o governo do país a resolver a situação e a acabar com a guerra, conclui o especialista.