Segundo o artigo, a arquitetura extremamente avançada da fortaleza indica que os normandos não eram vagabundos e piratas primitivos.
"A descoberta desta fortaleza foi uma verdadeira investigação misteriosa para nós", afirma Soren Sindbaek, arqueólogo da Universidade de Aarhus (Dinamarca), citado pela revista Science.
A civilização viking
As primeiras fortalezas deste tipo, designadas pelos arqueólogos como castelos vikings em anel, foram descobertas na Dinamarca nos anos 30 do século passado.
Cada tal fortaleza era construída conforme um "plano tipo" — tinham quatro entradas, localizadas perpendicularmente uma à outra, duas ruas cruzadas precisamente no centro da fortificação e algumas "casas alongadas", residências coletivas de vikings, entre outros edifícios. Estas fortificações eram construídas em zonas estratégicas da Escandinávia, perto do mar, e também serviam de lugar onde se reuniam as tropas dos vikings antes de grandes campanhas militares.
Sindbaek e seus colegas encontraram vestígios de mais uma fortaleza deste tipo na ilha de Zelândia (Dinamarca).
O mistério que há muito tempo suscitava a curiosidade do arqueólogo é que faltava parte das fortificações em lugares "evidentes", onde devia haver tais castelos em anel.
Os vestígios apagados da história
Baseando-se nesta ideia, o cientista estudou mapas topográficos a três dimensões daquelas regiões da Dinamarca onde deviam estar situadas as fortificações, assim como imagens de georradar das camadas superiores do solo.
Graças a estes métodos, foi descoberta a fortificação de Borgring, na ilha de Zelândia, cuja história difere significativamente em comparação com outros castelos em anel, por isso o estudo completo da fortaleza levou três anos após ter sido descoberta em 2014.
A perfeita forma circular do castelo de Borgring, e de outros em anel, de acordo com Sindbaek e seus colegas, significa que além de servirem de fortificações militares, eles eram símbolos políticos, do poder do rei que submeteu e uniu toda a Dinamarca.
Caso a hipótese seja provada como verdadeira, no país devem existir vestígios de mais quatro castelos, a uns 50-70 quilômetros do castelo de Borgring e dos outros. Os cientistas esperam que as próximas análises de imagens de radar ajudarão a encontrar essas fortificações e a entender que papel eles desempenhavam na vida política da Dinamarca, mais de um milhar de anos atrás.