Um mês de azar ou como fuzileiros navais dos EUA treinaram em uma aldeia russa

Dear mom!

Nossa companhia será enviada para o polígono de Camp Legend, que fica na Carolina do Norte. Antes, lá eram preparados os nossos fuzileiros navais para as guerras vitoriosas no Afeganistão e no Iraque, e agora nós vamos ser treinados para uma guerra com a Rússia. Vamos treinar e depois vamos mostrar a estes bêbados o que é o Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.

Logo que chegar ao lugar, te escrevo.

Seu filho Cody

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Dear mom!

Já chegamos ao lugar. Só há floresta à nossa volta. Isso é bom, pois todos os russos também vivem no bosque, segundo nos disse o cabo Jones. No meio da floresta há uma verdadeira "village". Antes imitava um povoado iraquiano, mas depois foi transformado em russo, mas ainda há algumas palmeiras. Mas o cabo Jones diz que os russos também têm palmeiras na costa do mar Negro, então tudo está bem, pois logo também estaremos lá. Amanhã nos prometeram uma surpresa, vou contar logo para você.

Seu filho Cody.

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Dear mom!

Imagine só! Vamos ter um verdadeiro cenário de filme! É que o departamento naval recrutou figurantes de língua russa que vão desempenhar papeis de soldados e habitantes da nossa "village". Como em um "blockbuster" de Hollywood! Legal, né?

Há cerca de 30 figurantes, todos imigrantes. Tanto os homens como mulheres foram vestidos com roupas tradicionais russas — tudo como na Rússia real. Morremos de riso só de ver esses palhaços.
Amanhã começam os treinamentos.

Seu filho Cody

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Dear mom!

Hoje nós treinamos a tática de luta antiguerrilha. Os figurantes se esconderam e nós tínhamos que os encontrar. Para não perdermos tempo revistando suas casas que cheiram a estrume, o cabo Jones propôs uma excelente ideia. Juntamos todos os figurantes em um barracão, dizendo que se os "guerrilheiros" não saírem, vamos pegar fogo ao barracão.

Ninguém saiu.

Então o cabo trouxe uma menina figurante, tirou seu urso de pelúcia, decapitou ele, gritando que a menina seria a seguinte.

Me parece, mamãe, que ele exagerou.

A menina começou chorando e depois saiu um dos figurantes, um cara magrinho com óculos, e deu uma coronhada no queixo do nosso cabo com uma AK-47 avariada.

Nós ficamos com a boca aberta, mom. Apenas um selvagem sem honra e vergonha podia ter batido num fuzileiro naval armado com dois metros de altura. E depois a menina se aproximou e deu nele alegremente dois pontapés nas costelas. Onde é que os recrutaram a todos? Na selva da Sibéria?

Em seguida, de todos lados saltaram figurantes e se atiraram a nós com gritos estranhos. Depois algo pesado me bateu na cabeça e eu desmaiei. Quando acordei, estava escuro e não havia ninguém por perto. Vou tentar sair desta base maldita. Te vou escrever amanhã. Tenho medo, mamãe. Quero ir para casa, para a Califórnia.

Seu filho, Cody

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Dear Mom!

Agora temos outras regras. Não tenho nem um minuto para te escrever. Cada dia está preenchido com tarefas. Ora pintamos a relva, ora varremos caminhos, ora treinamos ordem unida cantando. É preciso fazer tudo rápido, senão recebemos faxinas a mais.

Tenho boas notícias! O Comando do Corpo de Fuzileiros Navais finalmente está terminando as negociações com os figurantes em troca da promessa deles que não vão contar a ninguém que 30 civis capturaram 200 fuzileiros navais. Prometeram-lhes também dinheiro e três ursos de pelúcia e cinco bonecas Barbie para aquela menina.

Na verdade, os russos acabaram sendo boas pessoas — estamos todos sãos e salvos.

Então, logo serei desmobilizado e volto para casa!

Seu filho, Cody