Desde aquele momento, aponta o observador, esse país continuou aperfeiçoando seus mísseis aumentando seu alcance e número de ogivas. Atualmente, o míssil mais poderoso R-36М2 Voevoda é capaz de transportar 10 ogivas com capacidade de 170 quilotons cada uma à distância de até 15 mil km.
O sistema de defesa nuclear soviético, composto por vectores terrestres, aéreos e marítimos, se tem tornado mais complexo. Ele garante a destruição do agressor em qualquer situação, afirma o especialista no comentário ao serviço russo da Rádio Sputnik.
Segundo Khrolenko, o sistema automático Perimetr russo é capaz de efetuar uma resposta de retaliação a qualquer ataque nuclear e que permite realizar um contra-ataque mesmo em caso de eliminação do comando. Destaca-se que "esse sistema preocupa muito nossos parceiros". Além disso, a OTAN considera a resistência forte do escudo russo amoral e provocador.
Uma medida forçada
O sistema Perimetr foi criado na época da Guerra Fria e entrou em serviço em 1985. Esse organismo de combate enorme e complexo, disperso por todo o território do país, efetua o monitoramento permanente da situação e controla milhares de ogivas nucleares.
Entretanto, o observador sublinhou que para destruir um país como os EUA serão suficientes duas centenas de ogivas.
O Perimetr é o sistema de comando das Forças Nucleares Estratégicas da Rússia bem protegido e infalível. Mas como funciona?
Ao detectar os sinais de um ataque nuclear, o Perimetr envia inquirição ao Estado-Maior General. Se receber uma resposta "apaziguadora", ele regressa à análise da situação. Se a comunicação com o Estado-Maior General não for estabelecida (os erros técnicos são excluídos), o Perimetr contata imediatamente o sistema de comando de mísseis estratégicos Kazbek.
Caso não receba qualquer resposta deste, o sistema toma a decisão de forma autônoma e realiza um ataque nuclear de retaliação. Ele é capaz de "entender" sem falhas que chegou sua hora.
Regime de prevenção
O sistema autônomo Perimetr foi muitas vezes testado e modernizado, e continua permanecendo um dos fatores principais que ajudam evitar a Terceira Guerra Mundial.
Sob pressão do Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Strategic Arms Reduction Treaty, START), em 1995 o sistema foi desativado.
Mas os EUA e seus aliados não apreciaram o gesto de boa vontade da Rússia e, não obstante, as forças da OTAN se aproximaram muito perto das fronteiras russas, o que resultou em reativação do Perimetr em 2011. Desde esse momento, ele se encontra em regime de prevenção, informa o observador.
Por esta razão, os "parceiros" não devem ponderar as chances de vitória numa guerra contra a Rússia, concluiu.