De acordo com o colunista, tais ensaios são um exemplo de concretização das Bases da Política da Federação da Rússia na Área Naval para o Período até 2030, assinadas pelo presidente Vladimir Putin em julho.
"A partir de agora, a Rússia planeja fazer frente às ambições expansivas (e agressivas) do Ocidente de forma igual, tanto em terra, como no mar. O respectivo documento interpreta a vontade norte-americana de controlar as águas internacionais como uma ameaça à segurança nacional da Rússia", frisa Khrolenko.
Para Khrolenko, a Rússia está disposta a aumentar sua presença militar no oceano global e sua parcela no comércio global de armamentos navais. Além disso, o sistema de mísseis Kalibr é uma boa escolha em todos os sentidos, pois não viola o Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário, conhecido como o Tratado INF.
"O submarino nuclear multifuncional de 4ª geração Severodvinsk e o sistema de mísseis Kalibr de baseamento naval são tecnologias de ponta, e sua posse é uma honra para qualquer país desenvolvido no mundo, reforçando consideravelmente sua soberania", acredita Khrolenko.
Uso em combate
De acordo com o jornalista, a gama de mísseis de cruzeiro Kalibr são armas de alta precisão, de baseamento naval, costeiro e aéreo, destinadas a eliminar alvos estacionários terrestres e marítimos em quaisquer condições climáticas, de noite e de dia.
"Desde o primeiro dia de seu uso maciço à distância de vários milhares de quilômetros, os mísseis de cruzeiro de baseamento marítimo Kalibr têm atravessado os territórios de vários países por roteiros dificílimos e atingido os alvos com precisão, permanecendo invisíveis tanto aos sistemas da defesa antiaérea como para a inteligência da OTAN.
Entretanto, um representante do Departamento de Estado se apressou a afirmar: os EUA não queriam que a Rússia transferisse este modelo para o Iraque", explica Khrolenko.
O jornalista sublinha que o que assustou os americanos não foi a possível perda do status de monopolista em tecnologia de ponta, mas as capacidades de combate dos Kalibr, ou seja, um "ataque letal distribuído" que garante a dispersão das armas e sistemas de precisão e navegação e, consequentemente, sua elevada capacidade de sobrevivência.
Particularidades de navegação
A ideia principal de um míssil de cruzeiro é seu lançamento fora do alcance dos sistemas de defesa antiaérea do inimigo (para pegá-lo de surpresa e não submeter o vector a um provável ataque de resposta). Além disso, um míssil deste tipo é capaz de voar milhares de quilômetros a partir de qualquer ponto e alcançar o alvo com precisão.
A navegação se efetua por uma trajetória sofisticada, dado que o míssil é capaz de contornar as zonas de defesa aérea ou uma morfologia complexa devido à mudança de rumo. Na fase final do roteiro, o terceiro estágio de combate, a ogiva, se separa e ultrapassa o sistema de defesa antiaérea do inimigo a uma velocidade supersônica, após o que a cabeça ativa de pontaria adquire o alvo.
"Será que isto não é uma obra de arte, um poema e uma sinfonia da poderosa Rússia? Enquanto isso, o dia polar do Severodvinsk ainda não acabou, há novos lançamentos pela frente", resume o colunista.