Assim, os novos testes nucleares não se farão esperar, opinam jornalistas da edição Asia Times.
De forma a conseguir miniaturizar uma ogiva nuclear, esta deve ser aperfeiçoada para que não afete o alcance do míssil e possa resistir à reentrada na atmosfera, apontam Christine Kim e David Brunnstorm, autores do artigo.
Os dois testes realizados em julho provavelmente levaram ogivas de tamanho e peso fora das capacidades atuais do país necessárias para criar projéteis nucleares.
Uma opção de Pyongyang seria desenvolver uma bomba termonuclear, que oferece uma maior potência com um menor tamanho ainda que as declarações anteriores sobre o ensaio dessa bomba não se tenham confirmado, acreditam Kim e Brunnstorm.
Contudo, se o país vier a fazê-lo, enfrentará um risco ainda maior.
Qualquer ensaio nuclear levaria a uma séria degradação das relações da Coreia do Norte com seus poucos aliados, o maior dos quais é a China. Ademais, as sanções internacionais, que estão entre as mais severas jamais aplicadas, poderiam ser endurecidas ainda mais, de acordo com diversos especialistas citados pelos autores.
Se a Coreia do Norte voltar a realizar um novo teste nuclear – o sexto – correrá o risco de perder o apoio da China e ser sujeita a uma enorme pressão internacional.
Por outro lado, a capacidade de ameaçar os EUA é vista em Pyongyang como uma garantia de sobrevivência do atual governo do país, e é justamente por isso que Kim Jong-un a prioriza tanto.
O sexto ensaio nuclear norte-coreano poderia ter como fim levar os EUA à mesa das negociações, opina Yoo Ho-yeol, professor na Universidade da Coreia (Seul), citado pelos autores.
"Não sei quando terá lugar um novo teste nuclear, mas com certeza a sexta prova seria menos perigosa para Pyongyang do que lançar mísseis em direção a Guam", assegurou.