O especialista disse que Trump é uma pessoa imprevisível, por isso não é claro como ele avalia essa política de Maduro. Recentemente, o presidente dos EUA declarou que não exclui nenhuma variante, incluindo meios militares, para pressionar o regime da Venezuela.
Os EUA são o maior comprador do petróleo venezuelano, o que é muito importante para este país. Mas os venezuelanos, já durante a gestão de Hugo Chávez, começaram apreciando a riqueza natural do seu país, opina Travkin.
Por isso, a Venezuela restringiu a atividade de várias empresas norte-americanas, do que elas não gostaram. Os EUA, por sua vez, começaram a agir usando vários meios para tentar acender ao descontentamento dentro do país, usando a pressão contra a burguesia venezuelana, que tem laços diretos com os EUA e se ocupa principalmente do setor petrolífero.
"Eles não usam suas jazidas em plena capacidade, mas, caso queiram, eles poderão substituir as importações do petróleo da Venezuela", disse Travkin, acrescentando que que para os venezuelanos esta situação será grave.
Tal situação poderá piorar significativamente as dificuldades econômicas na Venezuela, que agora se observam por causa do preço baixo de petróleo no mercado mundial. Em troca das exportações de petróleo, a Venezuela compra produtos alimentícios e produtos da indústria ligeira ao estrangeiro.
Vladimir Travkin pensa que esta é uma declaração vazia. "Palavras, o vento leva", disse o especialista, acrescentando que gostaria de estar enganado.
O especialista disse que Maduro é um bom diplomata e um político sábio que tenta escolher um rumo pacífico para resolver a crise. Travkin espera que os EUA reajam positivamente a essas tentativas e que eles desistam da vontade de fazer a Venezuela brigar com seus vizinhos na América Latina.
"Maduro disse que é preciso resolver a crise política através do diálogo", disse o especialista, acrescentando que isso não são palavras vãs e que o presidente venezuelano diz isso com sinceridade. "A própria oposição não está pronta para o diálogo, não devemos esquecer que por trás dela estão os Estados Unidos", concluiu Travkin.