O restabelecimento completo das relações com Teerã foi anunciado nesta quinta-feira pelo Ministério de Relações Exteriores do Qatar.
Doha autorizou o retorno do seu embaixador à capital iraniana, afastado desde que um clérigo xiita foi executado na Arábia Saudita, o que causou represálias contra delegações sauditas que estavam no Irã.
Em um comunicado, o Qatar informou que o restabelecimento dos laços com o Irã “reflete a aspiração em fortalecer relações bilaterais com a República Islâmica do Irã em todos os âmbitos”, conforme publicou o jornal israelense Haaretz.
O rompimento completo das relações com o Irã era uma das premissas impostas por Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito e Bahrein para retomar as relações com o governo do Qatar, acusados por esses países de apoiar o terrorismo na região. Por ora, nenhum dos países árabes se posicionou sobre a decisão de Doha e Teerã.
Qatar e Irã compartilham uma enorme jazida de gás natural, cuja exploração depende do comum acordo entre os dois países. Desde o início da crise com os demais países do golfo, em junho, Teerã reforçou os seus laços comerciais com Doha, sobretudo com o envio de alimentos.
A restauração das relações entre qatarianos e iranianos acontece alguns dias depois do governo saudita sugerir reconhecer um membro da família real do Qatar que teria perdido o direito ao trono em um golpe ocorrido no país em 1972.
Várias nações externas, incluindo os Estados Unidos e a Alemanha, já tentaram mediar negociações para o fim da crise no Golfo Pérsico. Contudo, enquanto o Qatar diz considerar a posição dos vizinhos como “injusta” e um “ataque a sua soberania”, as demais nações exigem que Doha rompa relações com o Irã e também com a Turquia, além de outras demandas.