Volker disse na entrevista exibida neste sábado que, em sua opinião, o país ainda não estava preparado, em parte por questões de segurança, e que a Ucrânia não está perto de receber um convite para se juntar à organização.
Ele também disse que a decisão de se juntar à aliança seria de Kiev, dependeria de um entendimento conjunto entre Bruxelas, Washington e Moscou sobre a Ucrânia ser um país independente, o que torna impossível dizer quando a adesão poderia acontecer.
O representante especial dos EUA observou que geralmente leva muito tempo para a OTAN fazer um convite a um país para participar do bloco, acrescentando que a Ucrânia poderia realizar todas as reformas necessárias para se unir à organização.
Na quinta-feira, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, disse, em uma reunião conjunta com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, que os EUA valorizaram o compromisso da Ucrânia de reformar o seu setor de defesa para cumprir os padrões da OTAN, e que estava ansioso pela a implementação dessas mudanças.
Em julho, Poroshenko assinou um projeto de lei aprovado pelo Parlamento em 8 de junho, garantindo a aspiração do país para se unir à OTAN como uma prioridade da política externa de Kiev.
Volker disse que Mattis trouxe certos equipamentos de defesa para as forças armadas ucranianas durante sua recente visita ao país. O secretário de Defesa dos EUA disse, no briefing com Poroshenko, que os EUA estavam pensando em fornecer armas letais à Ucrânia.
Rússia vê possibilidade com ressalvas
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, disse à Sputnik Radio no início de agosto que as entregas de armas letais desestabilizariam a situação na Ucrânia, em particular na região sudeste do país.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que tais entregas não contribuiriam para a resolução pacífica do conflito entre Kiev e as duas repúblicas autoproclamadas no sudeste da Ucrânia. O presidente do Comitê Militar da OTAN, o general Petr Pavel, disse em 2016 que as entregas de armas letais só aprofundariam o sofrimento das pessoas apanhadas no conflito.
Volker disse que os Estados Unidos e a União Européia tinham posições semelhantes sobre o conflito no sudeste da Ucrânia e que nem reconheceria a reunificação da Crimeia com a Rússia.
Em 2014, mais de 90% dos moradores da península votaram para se juntar à Rússia em um referendo. No entanto, Kiev se recusou a reconhecer os resultados da votação.
Volker observou que a Ucrânia estava certa em abandonar o seu arsenal nuclear e disse que não queria que Kiev retomasse um programa nuclear. De acordo com o representante especial, a Ucrânia poderia restaurar a sua soberania aperfeiçoando o seu sistema de segurança. Volker também disse que as autoridades ucranianas precisam discutir o futuro dos ucranianos no leste do país.
O representante especial dos EUA acrescentou que o estabelecimento de um clima comercial favorável na Ucrânia seria um desenvolvimento muito bem vindo.
Por fim, Volker também disse que os exercicios conjuntos russo-bielorrussos Zapad-2017, atividades de uma semana programadas para começar em 14 de setembro, exigem aos países ocidentais que estejam preparados para qualquer desenvolvimento e trabalhem no seu sistema de segurança.