Esta seria uma parábola excessiva para um lançamento real.
Contudo, pouco depois do lançamento, o físico e codiretor da União de Cientistas Preocupados, David Wright, calculou que, se tiver uma trajetória balística padrão, o Hwasong-14 seria capaz de alcançar cerca de 10.400 quilômetros de distância. Isso sugere que vários territórios e cidades dos EUA, tais como Guam, Alasca, Los Angeles ou Chicago, estariam ao alcance do míssil.
Preocupado com a notícia, a edição Business Insider entrevistou David Wright para conhecer informações mais detalhadas quanto a isso. Em particular, os jornalistas estavam interessados em saber o tempo que levaria o míssil Hwasong-14 para atingir o território dos EUA.
De acordo com o analista, com o ângulo correto e várias modificações, os mísseis balísticos intercontinentais norte-coreanos poderiam atingir uma velocidade entre cinco e oito quilômetros por segundo.
"Eu indiquei números que, em minha opinião, são apropriados para os mísseis da Coreia do Norte. Calculei-os depois de anos estudando o assunto", explicou Wright.
Baseando-se nesses números e na distância que um hipotético míssil norte-coreano deveria percorrer para atingir os territórios dos EUA, o professor calculou o tempo de voo estimado dos mísseis.
Território dos EUA | Distância da Coreia do Norte, km | Tempo aproximado de voo |
Guam, oceano Pacífico | 3.500 | 00:18:30 |
Anchorage, Alaska | 5.960 | 00:29:00 |
Honolulu, oceano Pacífico | 9.190 | 00:37:00 |
Los Angeles, Califórnia | 9.550 | 00:38:00 |
Chicago, Illinois | 10.360 | 00:39:30 |
Nova York | 10.860 | 00:40:30 |
Washington D.C. | 10.990 |
00:41:00 |
No entanto, o cientista sublinhou que, devido à falta de informações confiáveis, estes são cálculos aproximados e não podem ser considerados como uma referência infalível.
Primeiro, Wright especificou que esses cálculos não levam em conta a rotação da Terra. Porque quando o míssil atinge a órbita baixa do planeta, a Terra não para num lugar, mas começa "girando", dependendo de sua direção e trajetória.
Finalmente, o analista conclui que o potencial do Pentágono para impedir tais planos não deve ser ignorado. Afinal, os EUA implantaram sistemas interceptores não apenas no seu território, mas também no Japão e na Coreia do Sul, perto das fronteiras norte-coreanas.