Gevorg Mirzayan, professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade de Finanças do Governo da Rússia, explica no seu artigo para a Sputnik como a Rússia atingiu tanto sucesso no Oriente Médio.
Estamos com todos
Moscou não para de tentar provar que neste conflito triangular ela não toma o lado de ninguém e não pretende jogar no enfraquecimento dos árabes.
"Estamos interessados em que Conselho de Cooperação do Golfo seja unido, forte e favoreça a resolução de problemas da região, que já são muitos para se criar ainda mais dificuldades", destacou o chanceler russo, Sergei Lavrov.
O principal interesse da Rússia no Oriente Médio é estabelecer e reforçar o equilíbrio de forças na região, escreve Mirzayan, usando tanto as ações concretas como símbolos diplomáticos. Um desses símbolos é a turnê de Lavrov por países do golfo Pérsico.
Que se virem sozinhos
Entre os assuntos políticos principais discutidos por Lavrov estiveram as dificuldades na "educação" do Qatar e o processo de paz na Síria.
O conflito político entre o Qatar e a Arábia Saudita e EAU estão perdendo o sentido. Os sauditas queriam punir o Qatar por ter relações demasiado estreitas com a Turquia e principalmente com o Irã, no entanto, o Qatar dispõe de recursos e meios para continuar com sua política sem olhar a ninguém. Como a Arábia Saudita não pretende recuar, a situação entrou num impasse e surge a necessidade de mediadores que possam ajudar a encontrar um compromisso.
No entanto, Moscou não descarta ser intermediário em caso de necessidade de um "corretor honesto" e fiador dos acordos. A Rússia continuará isenta se os países da região não começarem o jogo antirrusso, seja na política, seja no setor petrolífero, frisou o analista russo.
Perdedores terão que perder
Os países do golfo Pérsico têm uma relação direta com a região e estão interessados em resultados aceitáveis. Eles estão preocupados porque, segundo alguns rumores, a posição de Moscou é uma posição de força e todos os assuntos serão regulados por meios militares.
No entanto, o Kremlin deu a entender que está a favor de uma regulação pacífica do conflito. "Aa autoridades da Síria e a oposição devem se sentar à mesa das negociações e começar discutindo como eles querem viver no seu próprio país", sublinhou mais uma vez Sergei Lavrov.
Os perdedores têm que se comportar como perdedores. Se a oposição não abdicar dos ultimatos, é óbvio que Moscou lavará as mãos e a oposição estará condenada, opina o analista.