O formato ampliado das cúpulas dos BRICS não é novidade, constituindo uma prática comum em tais eventos. Neste ano, por exemplo, a China, no âmbito da presidência rotativa do grupo, convidou também as delegações do Egito, Tailândia, Tadjiquistão, México e Guiné. Vale ressaltar, por exemplo, que nesta terça-feira (6) o presidente russo, Vladimir Putin, se reunirá com seu homólogo mexicano, Enrique Peña Nieto.
Nesse respeito, ainda não foram tomadas nenhumas decisões finais, mas espera-se que este seja um dos temas de discussão nos próximos dias da cúpula.
Segundo revelou à Sputnik Brasil Sergio Ley-López, embaixador do México na China entre os anos 2001 e 2007, atual presidente da secção da Ásia-Pacífico do Conselho Empresarial para Comércio Exterior, Investimentos e Tecnologias do México, esta é uma "iniciativa excelente".
"Para que os BRICS ganhem força e façam com que suas vozes sejam melhor ouvidas, é preciso incluir outras economias em desenvolvimento com o mesmo nível de crescimento. Por exemplo, o México, a Turquia, a Indonésia… Isto tudo é o mundo em desenvolvimento e precisamos ser influentes na tomada de decisões à escala global", assinalou.
Sergio Ley-López expressou ainda sua esperança de que este projeto encontre apoio por parte dos principais integrantes do bloco.
Sputnik Brasil: Em qualquer caso, será apenas uma participação informal, em forma de diálogo, ou se pode esperar a plena integração destes países como novos membros do grupo?
S: Ao que sabemos, o Paquistão foi anunciado como um dos países que talvez venha a fazer parte do bloco no futuro. O senhor não acha que isso, por exemplo, poderia gerar uma tensão dentro do grupo, dadas as relações complicadíssimas entre Nova Deli e Islamabad?
SLL: Muito provavelmente, sim, a parte indiana apresentará objeções à adesão paquistanesa ao "BRICS+". Mas, caso o Paquistão não faça parte do "BRICS+", isso não diminuirá a importância das outras economias com o mesmo nível de desenvolvimento serem parte do bloco.
Quanto ao Brasil, a chancelaria do país apoiou o formato "BRICS plus" para as cúpulas futuras, porém, frisou que não se trata ainda de uma ampliação plena. Aparentemente, tal iniciativa levaria ainda muito tempo para negociar.