"Notamos que alguns políticos alemães tentam abertamente comandar organizações e Estados-membros da UE em suas campanhas eleitorais. Eles, geralmente, não sabem o que é a UE, pensam que é os 'Estados Unidos da Alemanha'. Esses políticos não demonstram qualquer respeito aos valores e organizações do bloco, uma vez que não demonstram isso para a Turquia. Não aceitamos essas declarações desrespeitosas dirigidas à Turquia", afirmou o ministro turco.
O desabafo de Celik ocorre um dia depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, afirmar em um debate eleitoral, na TV, não haver qualquer possibilidade de a Turquia ser aceita como parte da União Europeia, acrescentando inclusive que Berlim poderia colocar pressões econômicas sobre Ancara. Seu oponente, Martin Schulz, por sua vez, prometeu encerrar as conversas sobre a possível adesão turca ao bloco se for escolhido como novo chanceler da Alemanha.
AB mekanizmalarını çalıştırmak yerine AB'yi Almanya politikasının enstrümanı gibi kullanmaya çalışıyorlar.
— Ömer Çelik (@omerrcelik) 4 de setembro de 2017
"Em vez de usar os mecanismos da UE, eles estão tentando utilizar a UE como instrumento da política alemã."
As relações entre Berlim e Ancara vêm se deteriorando desde julho de 2016, quando, após uma tentativa frustrada de golpe militar na Turquia, o governo de Recep Tayyip Erdogan decidiu tomar uma série de medidas consideradas autoritárias pela Alemanha e outros países do Ocidente para punir opositores acusados de envolvimento no golpe. Na sequência desse evento, Ancara chegou a acusar Berlim de dar refúgio a criminosos turcos. Para piorar a situação, neste ano, os dois países tiveram dois novos embates de grande importância. Primeiro, o governo alemão proibiu Erdogan de realizar comícios na Alemanha durante campanha antes da realização de um referendo para aumentar seus poderes como presidente e, em seguida, a Turquia proibiu parlamentares alemães de visitar a base aérea turca de Incirlik, onde a Alemanha mantém um contingente de militares.