Até hoje, pesquisadores encontraram cerca de 500 geoglifos do Acre, que foram batizados assim por estarem localizados em sua maioria no estado brasileiro acima citado. Estas misteriosas formas geométricas podem alcançar vários metros de profundidade e ocupar áreas de centenas de metros quadrados. Qual seria a finalidade de criação dessas figuras gigantescas? Investigadores de todo o mundo tentam encontrar resposta para esta charada.
Em um trabalho conjunto, cientistas da Universidade de Helsinque e da Universidade de São Paulo estudaram as formações pré-coloniais a partir do ponto da vista da arqueologia antiga da região e das crendices dos povos locais.
#Seshat related research in Acre: geoglyphs reveal prehistory of settlement and subsistence systems in the Amazon https://t.co/gktmsrienY pic.twitter.com/xIHrwOnG5s
— Eva Brandl (@EvaKBrandl) 11 de fevereiro de 2017
Graças a isso, os investigadores descobriram que os geoglifos eram espaços importantes para os índios da Amazônia, trata-se dos locais utilizados por eles para se comunicar com os espíritos de seus antepassados, bem como com os animais e corpos celestes.
Segundo o estudo, os povos indígenas desta região se consideram iguais aos outros seres da natureza. Em se tratando das gigantescas figuras na terra, elas eram desenhadas para reforçar a ligação entre a vida humana com o meio ambiente e com as gerações passadas.
Ancient #geoglyphs of Acre (Brazil) were “doors” and “paths” to knowledge and strength, #research, https://t.co/U6GB1LKNji pic.twitter.com/gqXhfcX8Hd
— Archaeology & Arts (@archaiologia_en) 4 de setembro de 2017
Os padrões geométricos dos geoglifos foram inspirados nos padrões de peles dos animais e também podem ser encontrados em cerâmicas, joias e objetos de artesanato modernos. Esses padrões, de acordo com as crenças amazônicas, têm a capacidade de proporcionar às pessoas as qualidades e habilidades desejadas, tais como fertilidade, conhecimento ou poder.
Os povos indígenas contemporâneos do estado do Acre ainda continuam protegendo esses geoglifos como locais sagrados e, ao contrário de outros habitantes da área, evitam usar esses lugares para atividades mundanas, como construção de moradias ou agricultura.