De acordo com Putin, um anúncio prematuro de suas intenções poderia paralisar todo o trabalho político e administrativo do país, algo que o presidente russo considera inaceitável neste momento em que há muito a ser feito.
"Já disse isso antes e digo novamente — assim que eles anunciam campanhas eleitorais em nosso país, todos imediatamente deixam de trabalhar. Conheço isso por experiência própria", disse o presidente russo a jornalistas em uma conferência de imprensa, após a cúpula dos BRICS na China.
"Isto é porque todos começam a pensar sobre o que acontecerá após as eleições, quem estará trabalhando onde. Mas temos que trabalhar agora, todos em seu lugar, seja ativo e nunca deixe sua atenção se afastar de seu campo de trabalho", acrescentou Putin.
Ainda segundo o presidente russo, "todos os que queiram participar das eleições presidenciais irão anunciar isso de acordo com a lei" do país.
A lei eleitoral russa prevê que os candidatos presidenciais apresentem os seus pedidos de candidatura, junto com todos os documentos necessários, em um prazo mínimo de 80 dias e no máximo em 45 dias antes da data da eleição.
A data da votação presidencial do próximo ano ainda não foi anunciada, mas o mais provável é que se estabeleça em 18 de março de 2018, quando se celebrará o aniversário da reunificação da Crimeia com a Rússia.
Candidatos
Até agora, três políticos russos anunciaram que pretendem concorrer à Presidência da Rússia: o fundador do partido liberal Yabloko, Grigory Yavlinsky; chefe dos nacionalistas do LDPR, Vladimir Zhirinovsky; e o ativista anticorrupção Aleksey Navalny.
O último, no entanto, está tecnicamente impedido de concorrer de acordo com a lei russa, porque está cumprindo uma sentença de prisão por cinco anos e que não expirará antes das próximas eleições.
O maior partido de oposição — o Partido Comunista da Federação Russa (KPRF) — ainda não anunciou seu candidato, nem a maioria parlamentar do Partido Rússia Unida.
Putin tem sido repetidamente questionado sobre um potencial novo mandato, mas ele e seu secretário de imprensa, Dmitry Peskov, sempre disseram que é muito cedo para discutir o tema. No início de agosto, o presidente fez uma declaração que a imprensa percebeu como uma possível indicação de que ele vai concorrer à reeleição em 2018.
Naquela ocasião, o presidente russo estava respondendo a uma pergunta de um grupo de aldeões na República da Sibéria de Buryatia através de um link de TV, organizado durante a visita do presidente às regiões orientais da Rússia. Um grupo de aldeões pediu-lhe que se inscreva como candidato nas próximas eleições presidenciais, e Putin prometeu que ele pensaria em fazê-lo.