Comentando essa informação, Karen Kwiatkowski, ex-tenente-coronel da Força Aérea dos EUA, disse à Sputnik Internacional que os evacuados deviam ser pessoas que os militares e a inteligência dos EUA queriam defender, "mais precisamente pessoas com provas que poderiam ser usadas contra os EUA [durante] negociações".
"É mais do que lógico que nós queiramos ou matar aquelas pessoas ou retirá-las antes que os sírios as possam interrogar", opinou Kwiatkowski.
Segundo o ex-militar, as relações que a CIA, alguns militares e parte do Departamento de Estado têm com o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia) começaram antes da administração de Donald Trump.
Ele sublinhou que a CIA realiza suas próprias operações sem consultar ninguém, inclusive Trump, que, por sua vez, tem mostrado "firmeza sobre eliminação destes terroristas".
Kwiatkowski explicou que os projetos encobertos da CIA não precisam de aprovação diária do presidente. Se aquela evacuação foi um destes projetos, "é um procedimento operacional comum sem eles se preocuparem muito com o que o presidente diz em discursos destinados para consumo do povo norte-americano", ressaltou.
"Sem dúvidas, estamos salvando nossos aliados. Mas, de certo modo, estamos salvando as pessoas que têm trabalhado conosco, que estão tratando dos aspetos financeiros de nossa ajuda ao Daesh […]", afirmou.
As notícias sobre a alegada operação de salvação dos comandantes do Daesh em Deir ez-Zor fez com que especialistas russos se dirigissem ao presidente Trump para comentar diretamente as afirmações, ignorando quaisquer comentários da CIA ou do Pentágono.
Em entrevista à Sputnik, o analista militar russo Igor Korotchenko disse que Trump "deve comentar isso e declarar claramente se a evacuação de comandantes do Daesh foi autorizada por ele próprio […] ou se os serviços secretos dos EUA agiram sem a aprovação dele".