O chefe do Laboratório de Astronomia de Raios X do Sol, do Instituto de Física, Sergei Kuzin, falou com o serviço russo da rádio Sputnik sobre as razões destes frequentes fenômenos e sobre as suas consequências possíveis.
Segundo os cientistas, esta série de clarões pode levar ao surgimento de um "super-clarão".
"Há uma escala de intensidade dos clarões, as chamadas classes. Cada classe é uma unidade maior que a anterior. Não existe escala maior que a classe X, por isso todos os clarões são da classe X. O chamado 'super-clarão' também seria dessa classe", sublinhou o especialista.
"Mesmo no período da etapa de atividade mínima, no Sol se observam zonas ativas, ou seja, manchas solares. Se duas manchas estão perto uma da outra, elas começam a interagir, há uma transformação do campo magnético. Na etapa de atividade máxima, quando há muitas manchas, isso se observa frequentemente. Mas na etapa mínima – é uma situação única. No sol há muito poucas manchas", disse ele.
De acordo com Kuzin, a atividade solar não afeta muito as pessoas.
"Durante os clarões, a radiação aumenta um décimo por cento, praticamente de forma insignificante. Mas elas mudam o campo magnético da Terra. Observam-se as chamadas tempestades geomagnéticas, que podem afetar a saúde das pessoas sensíveis às mudanças do tempo", acrescentou ele.
Quanto ao funcionamento dos aparelhos técnicos, os clarões podem afetar os satélites, mas não haverá consequências para os dispositivos em Terra. Entretanto, há uma exceção: os voos sobre as zonas polares, onde o homem pode receber doses de radiação elevadas.