Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, o jurista Luiz Felipe Haddad comentou a iniciativa do CNMP em entrevista exclusiva para a Sputnik Brasil:
Ainda de acordo com os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, “a campanha é uma iniciativa da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (Enccla), que reúne mais de 70 órgãos e entidades, entre eles o Ministério Público Federal.” Mas, para que isto se consolide, é preciso maior rigor nas leis do país, na opinião do Desembargador Luiz Felipe Haddad:
“O combate à corrupção passa pela revisão da legislação penal, com a atribuição de penalidades mais rigorosas aos que se envolvem em crimes de corrupção. A dificuldade é que esta revisão terá de passar pelo Congresso Nacional que está muito contaminado.”
O documento que embasa a criação da campanha Todos Juntos Contra a Corrupção fala em Educação para prevenção à corrupção conforme o texto original:
Para o Dr. Luiz Felipe Haddad, o posicionamento é correto. “É de pequeno que se aprende a ser um cidadão correto, cumpridor dos seus devedores e respeitador das leis. Portanto, é muito oportuno vincular a Educação à prevenção da corrupção,” afirmou.
O Desembargador comentou ainda a proposta que está em debate na Organização das Nações Unidas de considerar crime contra a humanidade a prática de corrupção que envolva agentes e dinheiros públicos.
“Concordo plenamente com a proposta que está sendo discutida na ONU de tratar como crime contra a humanidade a prática de corrupção que envolva utilização de dinheiro público. Este dinheiro da corrupção é um dinheiro tirado da Saúde, da Educação, de uma série de setores inerentes aos direitos da sociedade. Como tal, esta prática deve mesmo ser tratada como crime contra a humanidade,” concluiu.