"Nenhum dos países [China e Paquistão] representa uma ameaça", disse Rawat à margem de um evento em Uttarakhand.
A reviravolta radical de Bipin Rawat em relação à sua afirmação anterior foi precedida por duras críticas da mídia chinesa, que acusou o general de provocar uma atmosfera hostil entre Nova Deli e Pequim.
"Evidentemente, Rawat tem uma boca tão grande que poderia provocar uma atmosfera de hostilidade entre Nova Deli e Pequim. Além de ignorar as regras internacionais, ele também fez com que possamos ver a arrogância que deve predominar no exército indiano. Ele defendeu uma guerra em duas frentes de uma maneira tão confiante, mas de onde vem esta confiança do exército indiano?", diz um artigo editorial no jornal estatal da China, Global Times.
Segundo os especialistas, o chefe do exército da Índia pode ter voltado com sua palavra atrás dado o recente entendimento mútuo entre a Índia e a China para evitar confrontos militares, mas isto não anula a importância de suas afirmações anteriores.
"A recente opinião do general Rawat que a China e o Paquistão não são ameaças se deve mais provavelmente ás mudanças na fronteira sino-indiana após ter terminado o impasse em Doklam [área disputada]. Ele poderá ter abrandado suas estimativas, mas sua visão anterior sobre ameaças para a Índia que vêm das fronteiras da China e do Paquistão continua sendo relevante, dado o número de incursões em vários setores da fronteira sino-indiana que ocorreram desde 2013", afirmou à Sputnik o Dr. Amit Singh, professor assistente de Ciência Política da Universidade de Deli.
A afirmação foi vista como controversa, pois foi feita menos de uma semana depois do encontro entre o premiê indiano, Narendra Modi, e o presidente da China, Xi Jinping, à margem da Cúpula BRICS na cidade chinesa de Xiamen, que decidiram evitar confrontos militares na fronteira.