Até 20 de setembro, estarão mobilizados e ativos nas manobras 19,5 mil soldados suecos e 1,5 mil soldados de outros países, incluindo da Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Lituânia, EUA e Noruega, bem como cerca de 40 instituições civis.
O número de soldados em tais exercícios é superior aos russos e bielorrussos mobilizados para as manobras Zapad 2017 (Ocidente 2017), que acontecem na Bielorrúsia.
Minnesota National Guard and #svfm Soldiers of the Cobras 1-194 AR, G Company 134th BSB Skaraborg, Sweden Sept. 13, 2017#Aurora17 pic.twitter.com/AAK98cgCif
— Lew Anno1540 (@anno1540) 13 de setembro de 2017
"É o maior, o maior exercício militar que realizamos em 23 anos. Estamos exercitando em um contexto em que estamos protegendo o nosso país, onde a situação ocorre quando há uma agressão militar contra um país", disse o chefe de defesa sueco, Micael Byden, na quarta-feira.
A Suécia também diz que as manobras estão sendo realizadas com um olho na Rússia.
"A Rússia é o país que afeta a segurança na Europa agora com suas ações - a anexação da Crimeia e as contínuas batalhas no leste da Ucrânia. Então, é claro que estamos observando de perto o que a Rússia está fazendo", disse Byden.
Moscou reiterou que a Crimeia voltar a fazer parte do território da Rússia em 2014, após um referendo, em que mais de 96% dos residentes aprovaram o movimento.
Estocolmo enfatizou que os exercicios em curso não são da OTAN, mas manobras de defesa nacional da Suécia. A participação das tropas das forças estrangeiras é bem-vinda em caso de qualquer agressão potencial que a Suécia possa encontrar da Rússia. As manobras realizadas no ar, em terra e no mar estão concentradas em Gotlândia, em áreas ao redor de Estocolmo, Mälardalen e Gotemburgo.
"Nós construímos nossa segurança junto com outros. Estamos preparados para dar suporte, mas também para receber suporte quando necessário", disse Byden. "O sinal que a Suécia está enviando agora é que estamos aqui, estamos preparados para assumir a responsabilidade pela estabilidade e segurança nos arredores".
"Nós fazemos isso sozinhos, mas também o fazemos juntos com parceiros internacionais. Essa é a mensagem que estamos enviando ao redor do mundo", sublinhou Byden.
Back on the road again! Idag har F7 med @72_Sqn i spetsen sladdat ner kärrorna på Riksväg 44! Foto: @ TLX Com #svfm #jas39gripen #aurora17 pic.twitter.com/ibmuas4BCU
— Stridspiloterna (@stridspiloterna) 13 de setembro de 2017
Discordâncias e protesto russo
Mas nem todos os suecos concordam com a realização das manobras neste momento. "Os exercícios militares não nos tornam mais seguros", afirmou o ativista anti-militarista Pelle Sunvisson. "Eu não acho que os militares possam nos proteger".
Todo o apoio de uma presença da OTAN no país, continuou Sunvisson, é devido ao fato de que "há muito dinheiro de armamentos a ser feito, de se aproximar da OTAN. Há muitas carreiras políticas a serem feitas para jogar na ameaça".
Os exercícios correm paralelamente aos exercícios Zapad 2017 que começaram nesta quinta-feira.
Além de 70 aeronaves e quase 700 veículos terrestres, o exercício russo-bielorrusso envolverá até 12.700 soldados, mais de 6.000 menos do que o pessoal envolvido nas manobras da Suécia.
As autoridades ocidentais e os meios de comunicação, no entanto, continuam afirmando que o Zapad 2017 terá mais de 100 mil participantes. Moscou disse que estava "espantado" por essas "figuras sem fundamento", e que tinha fornecido "informações abrangentes sobre o conceito, a natureza defensiva e a verdadeira figura das tropas russas envolvidas no exercício" em tempo hábil, disse o porta-voz do Ministério de Defesa russo, o major-general Igor Konashenkov, disse em um comunicado no início de setembro.
Moscou também reiterou que a implantação de tropas para o Zapad 2017 não excederia os limites do monitoramento obrigatório no documento de Viena de 2011, o acordo da OSCE que significava promover a confiança através de uma série de medidas para tornar as forças militares implantadas na Europa mais transparentes. A Rússia e a Bielorrússia exercem importantes exercícios militares conjuntos a cada dois anos, alternadamente em cada país.
Enquanto a OTAN e seus parceiros estão preocupados com os exercícios, Moscou repetidamente apontou para o próprio aumento da atividade militar do bloco nas fronteiras da Rússia. Moscou estima que cerca de 40 mil soldados da OTAN participaram e participarão de diversos exercicios militares na Europa entre junho e novembro.
Moscou também advertiu que a construção militar da OTAN perto de suas fronteiras, que se intensificou desde a crise da Ucrânia, corre o risco de prejudicar a segurança regional. No entanto, apesar das preocupações com a Rússia, a União Europeia (UE) está considerando criar uma livre circulação de tropas e hardware militar em toda a Europa. O chamado conceito "militar Schengen" foi expresso durante a última reunião dos ministros da defesa da UE em Tallinn, na Estônia.