Choong-Fook Fong, chefe-executivo da companhia de proteção da informação profissional LGMS, falou para a Sputnik que sempre houve preocupações quanto ao uso do reconhecimento facial entre os consumidores.
O especialista em investigação de crimes cibernéticos explica: "Como será possível proteger estes dados únicos? A informação pode ser roubada por criminosos, e as pessoas podem passar por você ao obter seus dados."
"Nada é bem protegido. Existem muitos meios de passar por cima ou hackear o reconhecimento facial. Pessoas vão usar as fotos da pessoa real ou fazer maquiagem", continua.
Choong-Fook Fong esperava que os criadores tivessem criado uma tecnologia mais segura com a função de detectar rostos já "conhecidos pelo dispositivo".
Fong acredita que "uma das maiores preocupações é a seguinte: os dados de identificação vão ser compartilhados com os desenvolvedores do smartphone ou armazenados no celular? Caso sejam guardados no celular, qual será o sistema de proteção? Mas se os dados forem transferidos aos desenvolvedores, há mais motivos para se preocupar, pois eles podem usar seus dados de muitas formas".
Segundo ele, o reconhecimento facial é expandido para outras esferas, que vai da segurança interna à indústria de hotelaria.
"Na China, muitos restaurantes utilizam o reconhecimento facial para identificar clientes. Eles utilizam a ferramenta para adivinhar as emoções das pessoas. O reconhecimento facial é uma tecnologia boa, mas a privacidade importa mais", Fong disse à Sputnik Internacional.
Tim Cook, chefe-executivo da Apple, caracterizou o iPhone X como "o maior passo dado após o primeiro iPhone". Maior passo ou não, muitos internautas zombaram do reconhecimento facial com memes de mulheres sem maquiagem ou boxeadores e estrelas do cinema gravemente espancados tentando destravar seu novo celular.