Nos últimos dez anos, os cientistas encontraram milhares de planetas situados fora do nosso Sistema Solar. Uma parte considerável deles são "júpiteres quentes" — planetas extrassolares maiores e mais fáceis de serem observados. No entanto, as temperaturas de suas atmosferas são realmente infernais. Para ter uma noção, se trata de 725 a 2.225 graus Celsius.
Muitos desses planetas são quase invisíveis para os olhos humanos porque são extremamente escuros, sendo que sua atmosfera é composta por grande quantidade de íons de metais alcalinos e outros elementos que absorbem a luz visível.
Além disso, sua estrela sopra sobre o planeta e elimina sua atmosfera, o que, por sua vez, o aquece até 2.500 graus Celsius.
Quando os cientistas analisaram as fotografias do telescópio espacial Hubble, descobriram dados insólitos, a intensidade luminosa do WASP-12b quase não mudou durante um eclipse. Assim, eles concluíram que este "júpiter quente" é quase completamente preto: reflete só 0,6% da luz que recebe.
"Esse nível de albedo [uma medida relativa da quantidade de luz refletida, o que ocorre sobre superfícies de maneira direta ou difusa] é o mínimo para qualquer corpo celeste e indica que esse planeta é mais negro do que o carvão", diz o astrônomo Taylor Bell da Universidade de McGill em Montreal.
Segundo sublinha a equipe, ainda há muito caminho a percorrer quanto à observação e estudo de planetas tão longínquos e únicos.