'Não iremos recuar', alerta líder do Irã após EUA anunciarem ameaça ao acordo nuclear

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O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou neste domingo que o país não será ameaçado, tampouco recuará diante das mais recentes sanções impostas pelos Estados Unidos, que ensaiam o que Teerã considera um "equívoco" acerca do acordo nuclear entre os dois países.

Em uma transmissão da TV iraniana, Khamenei afirmou que o país seria firme e "qualquer movimento equivocado pelo regime dominador em relação ao [acordo nuclear] enfrentará a reação da República Islâmica".

"Hoje, apesar de todos os compromissos e discussões nas negociações, a atitude da América em relação a essas negociações e seus resultados é completamente injusta e equivale a bullying", disse Khamenei em um discurso aos diplomados da academia de polícia iraniana. "Os americanos devem saber […] não haverá recuo pela República Islâmica".

Na quinta-feira, o presidente estadunidense Donald Trump afirmou que o Irã estava violando "o espírito" do acordo nuclear firmado em 2015, pelo qual recebeu alívio de sanções em troca do travamento do seu programa nuclear. O atual governo dos EUA não descarta romper o acordo.

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Trump deve tomar uma decisão até meados de outubro, a fim de se certificar que o Irã está cumprindo o acordo, conhecido como Plano Conjunto de Ação Conjunta (JCPOA, na sigla em inglês). Se ele não fizer isso, o Congresso tem 60 dias para decidir se deve reimpor sanções.

Da sua parte, o Ministério das Relações Exteriores em Teerã condenou a "continuação da iraniofobia" na disputa de Washington que, na quinta-feira, impôs sanções a 11 indivíduos e empresas, incluindo duas com sede na Ucrânia, informou a agência de notícias estatal IRNA.

O Tesouro dos EUA acusou os 11 indivíduos pelo apoio ao programa de mísseis balísticos do Irã ou aos seus Guardas Revolucionários, ou ainda por se envolverem em ataques cibernéticos contra o sistema financeiro dos EUA.

Teerã já alertou a comunidade internacional que poderá abandonar o acordo nuclear "dentro de horas", caso novas sanções sejam impostas pelos EUA ao país árabe, que também nega estar violando qualquer cláusula do documento, firmado há dois anos durante a administração de Barack Obama.

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