O número de vítimas entre os civis também tem subido. Segundo os dados da Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA, na sigla em inglês), nos primeiros seis meses de 2017 o número de vítimas entre os civis aumentou 43% comparado com o período homólogo de 2016: 95 pessoas morreram e 137 ficaram feridas.
Em entrevista à Sputnik Dari, vários responsáveis locais expressaram a opinião de que o aumento dos ataques aéreos por parte de Washington apenas piora a situação no país.
O chefe do Comitê de Segurança Interna e Defesa do Parlamento afegão, Mohammad Hashem Alokozai, acha que as operações dos EUA têm pouco sucesso e que os ataques foram aumentados contra a vontade do povo afegão.
"Os ataques que têm vindo a ser levados a cabo de acordo com a nova estratégia de Trump matam civis, inclusive crianças. Estas operações causaram uma distância entre o povo e as autoridades. Se os recursos militares forem gastos no processo de reconciliação, há probabilidade de estabelecer a paz e a segurança no país", afirmou o político afegão.
Outra interlocutora da Sputnik, Nazife Zaki, deputada do parlamento afegão e general, sublinhou que o fracasso dos ataques aéreos norte-americanos se deve à falta de coordenação entre as forças dos EUA e os serviços afegãos de defesa e segurança.
"Os inimigos estão utilizando mulheres e crianças como escudos humanos. Assim, lançando bombas sobre casas, a Força Aérea estrangeira mata civis. Até hoje, as operações aéreas dos EUA no Afeganistão não tiveram êxito, causando na maioria dos casos vítimas entre civis e militares afegãos", afirmou.
De acordo com a deputada, os protestos no país não conseguem atrair a atenção nem do governo, nem das organizações públicas, nem da mídia. Por isso, acredita, é preciso que a comunidade internacional e os países amigos do Afeganistão exijam a punição dos culpados pelos crimes, para que estes não prossigam.