O portal concluiu tudo isso com base em uma reunião de Assange com o congressista norte-americano, Dana Rohrabacher, que por sua vez, na década de 1990, "conheceu Putin". Já em abril de 2017, Rohrabacher se encontrou com Carles Puigdemont, presidente regional da Catalunha.
Apesar disso, mesmo o autor do artigo reconhece não haver provas concretas "de que a Rússia está por trás do apoio de Assange à causa do separatismo catalão".
Os leitores do El Confidencial ridicularizaram o "jornalismo investigativo" do portal.
"Sério? Um adulto escreveu isso para outros adultos? O homem é uma criatura realmente surpreendente", escreveu um dos leitores nos comentários ao artigo.
"Primo do amigo da namorada do vizinho do Putin foi visto no supermercado na companhia do amigo de infância do motorista do Puigdemont. Que notícia!", ironizou outro leitor.
Um comentário classificou a matéria de "paranoia no estilo de Hillary [Clinton]".
O advogado e cientista político espanhol, David Romero Díaz, em entrevista à Sputnik Mundo, afirmou que o artigo do El Confidencial "foi somente mais uma gota no mar de despropósitos e notícias falsas, nas quais a Rússia e Vladimir Putin em especial são acusados de todos os males da Terra".
O especialista destacou que a Rússia não está relacionada de modo algum com o separatismo catalão. Ele também lembrou que "os separatistas catalães sempre receberam apoio do assim denominado bloco ocidental".
O jurista lembrou que o ex-premiê da Letônia e atual vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, manifestou seu apoio ao reconhecimento da independência da Catalunha. Segundo Díaz, existem também fatos, que confirmam a participação do magnata norte-americano, George Soros, no atual conflito catalão.
"É uma forma de eliminar os apoios ou simpatias à Rússia, em um momento no qual o seu presidente goza de uma invejável admiração internacional", apontou o interlocutor da agência.
O especialista não excluiu a possibilidade dos EUA se aproveitarem das ânsias separatistas dos nacionalistas.
"Com a saída da Grã-Bretanha da UE, a França e a Alemanha ficam em uma posição dominante. E a Espanha cobra agora um peso maior nos processos decisórios da Europa. Uma Espanha debilitada, entretanto, terá menos peso nesse sentido", alertou o professor.