Uma confrontação em grande escala entre Pequim e Washington vai fazer todo o mundo mergulhar em uma nova crise econômica e passar de uma guerra fria para um conflito armado real, afirma Ken Moak, citado pelo RT no seu artigo para o Asia Times.
De acordo com o autor, essa abordagem não só é pouco eficaz, como pode ainda provocar "um tsunami econômico global" e fazer aumentar as tensões nas relações internacionais.
Por enquanto Pyongyang não presta muita atenção às sanções e continua seus testes nucleares e de mísseis. A Coreia do Norte considera o arsenal nuclear "necessário para sobreviver" e não permitir uma "mudança de regime" pela força. É possível que a Coreia do Norte tenha chegado a tal conclusão após ter analisado os destinos do Iraque e da Líbia e ter considerando o exemplo da China e de outros países nucleares, informa o RT citando Ken Moak.
Além disso, de acordo com o autor, o presidente Bush podia ter invadido o Irã e a Coreia do Norte se a comunidade norte-americana não se tivesse manifestado contra a guerra no Iraque. Além do mais, segundo Moak, a guerra contra mais dois países seria ainda mais cara para os EUA.
A Coreia do Norte viu que a China e outros países, que conseguiram finalmente desenvolver seu próprio arsenal nuclear, foram automaticamente excluídos da lista de alvos potenciais dos EUA. Estes países podem ser demonizados, mas é pouco provável que contra eles seja tomada qualquer iniciativa militar, avalia. E o caso da Líbia, que foi praticamente destruída, mostrou que não vale a pena confiar em promessas de Washington. Por isso, os historiadores independentes do futuro ainda terão que decidir quem foi o "agressor" e "provocador", afirma ele.
A China é o principal parceiro comercial dos EUA e o maior consumidor de recursos naturais e produtor de vários bens a nível mundial. As principais empresas norte-americanas, como a General Motors, Ford Motor, Boeing, Apple e outras, dependem cada vez mais do mercado chinês. A rejeição do comércio com a China vai resultar em inflação e em rompimento das cadeias de fornecimento internacionais e em problemas para o sistema financeiro norte-americano. Entretanto, a própria China tem capacidade de resposta, pois os países estão estreitamente ligados no domínio da economia.
Os outros países não vão conseguir ficar à margem quando as duas maiores economias mundiais entrarem em confrontação. As tensões vão crescer também ao nível geopolítico, porque a confrontação comercial vai só piorar as relações entre a China e os EUA, como foi no caso com a Rússia.
É difícil avaliar quem vai perder mais nesta guerra comercial. Mas é pouco possível que as ameaças à China e seus parceiros contribuam para a estabilização da situação no mundo, concluiu Ken Moak.