De acordo com Salazar, o que atrapalha hoje o aumento da presença da carne brasileira na Rússia tem a ver com a dificuldade do Brasil de oferecer contrapartidas realmente interessantes para Moscou.
"Existem óbices de ambos os lados. Por exemplo, a Rússia quer exportar trigo para o Brasil. E nós não estamos comprando trigo da Rússia. A Rússia quer exportar a picanha russa para o Brasil. E nós não estamos conseguindo viabilizar essas aquisições. Essas tratativas continuam sendo discutidas dentro do nosso Ministério da Agricultura. Assim, fica difícil que a Rússia amplie o número de empresas brasileiras da área de proteínas animais para vender para a Rússia", afirmou. "O comércio mundial é uma via de mão dupla. Você exporta e importa. Se o nosso país impõe óbices à importação de alguns produtos russos, como principalmente o trigo, os russos também tendem a segurar novas habilitações".
Segundo Salazar, do ponto de vista sanitário, não há problemas no comércio de produtos alimentares entre os dois países. Ele destaca que o grande problema é mesmo a falta de reciprocidade, questão que já foi comunicada ao Ministério da Agricultura.
"Os governos devem conversar entre si e possibilitar essas aberturas. Eliminar as restrições que estão vigentes", explicou.