Netanyahu — que nos últimos anos inventou seu próprio tipo de teatro na maratona anual de discurso das Nações Unidas, com adereços no pódio e advertências dramáticas — estava em um clima mais leve para 2017, quebrando piadas e regozijo com a ascensão do presidente dos EUA, Donald Trump.
Mas sua mensagem foi, em última instância, não menos grave, quando ele escolheu ecoar o discurso de 1946 de Winston Churchill, que declarou que a Europa oriental comunista havia sido submetida a uma "Cortina de Ferro" de subjugação soviética.
"Do mar Cáspio ao Mediterrâneo, de Teerã a Tartus, uma cortina iraniana está descendo sobre todo o Oriente Médio", disse Netanyahu em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.
O premiê israelense indicou que o país irá se defender com todo o seu arsenal, que conta com armas nucleares. "Aqueles que nos ameaçam com a aniquilação se colocam em perigo mortal. Israel se defenderá com toda a força de nossas armas e o pleno poder de nossas convicções".
O governo iraniano é um aliado do presidente sírio Bashar Assad, mas para Israel tal aliança não é aceitável e, segundo Netanyahu, o seu país fará tudo que estiver ao seu alcance para impedir que Teerã se torne uma nação importante em território sírio.
"Agiremos para evitar que o Irã estabeleça bases militares permanentes na Síria para suas forças aéreas, marítimas e terrestres", continou ele, prometendo também impedir o Irã de produzir armas que possam atingir o Estado judeu.
Além de apoiar a luta de Assad contra grupos rebeldes e terroristas do Daesh na Síria, o Irã apoia também os militantes libaneses do Hezbollah e os palestinos do Hamas – todos inimigos declarados de Israel.
Para Netanyahu, Teerã representa uma ameaça no Oriente Médio e é preciso romper o acordo nuclear firmado com o país em 2015, como pregou nas últimas semanas o presidente dos EUA, Donald Trump.