A população do Reino Unido é a quinta maior audiência mundial de conteúdo extremista no mundo (e a maior da Europa) depois da Turquia, dos EUA, da Arábia Saudita e do Iraque, de acordo com o estudo "The New Netwar" emitido pelo think tank britânico Policy Exchange.
NEW REPORT: The New Netwar: Countering Extremism Online featuring Foreword from Gen David Petraeus https://t.co/NcyY6FuXns
— Policy Exchange (@Policy_Exchange) 19 de setembro de 2017
A propaganda terrorista é divulgada através de um "vasto ecossistema" de plataformas, incluindo serviços de compartilhamento de arquivos, plataformas de mensagens criptografadas e redes sociais como Facebook, Google+ e Twitter.
No prefácio do relatório, o general David Petraeus disse que os esforços para combater o extremismo on-line eram "inadequados".
"[O bombardeio em Parsons Green] simplesmente ressalta mais uma vez a natureza sempre presente desta ameaça. Não há duvidas da urgência deste assunto. O status quo claramente é inaceitável", escreveu o ex-chefe militar americano.
Polling for our new report on #onlineextremism found nrly 2/3 ppl think big internet companies are not doing enough: https://t.co/RR2pQNL0or pic.twitter.com/4HkSmSvrjZ
— Policy Exchange (@Policy_Exchange) 19 de setembro de 2017
Em uma pesquisa realizada pelo próprio Policy Exchange com mais de 2.000 adultos no Reino Unido, 74% das pessoas apoiaram essas propostas.
Coincidência
A publicação do relatório não poderia ser mais oportuna para o governo do Reino Unido, pois coincide com um impulso renovado da primeira-ministra Theresa May para obrigar as empresas de internet a bloquear o "conteúdo extremista" sendo compartilhado em redes sociais e outras plataformas da web. Em particular, o governo deseja segmentar "disseminadores" — plataformas como Twitter, através das quais o conteúdo é compartilhado; "lojas de conteúdo", como o YouTube; e "agregadores", como o WordPress.
Mesmo se posicionando como um grupo independente, a organização foi dragada para as entranhas do establishment político do Reino Unido e frequentemente acusada de atuar como um porta-voz legítimo para a política do governo. O primeiro diretor foi Nick Boles, um ex-membro do Conselho da Cidade de Westminster, considerado parte do "Set Notting Hill" — um grupo informal de conservadores reformistas ligados ao ex-primeiro-ministro David Cameron.
As conexões de Boles com o partido conservador moderno não terminam — ele já compartilhou um apartamento com o ex-Secretário de Educação, Michael Gove, e é signatário da declaração de princípios da Henry Jackson Society, uma organização neoconservadora do Reino Unido que conta com muitos parlamentares conservadores antigos e novos entre seus membros.
Histórico conturbado
Em outubro desse ano, o Policy Exchange publicou o que afirmou ser a "pesquisa acadêmica mais abrangente" da literatura extremista produzida no Reino Unido.
As descobertas do relatório foram amplamente abordadas na mídia britânica e o programa sobre política Newsnight da BBC tinha a intenção de exibir um especial sobre as descobertas. Os jornalistas do Newsnight, porém concluíram que o relatório se baseou, pelo menos em parte, em evidências fabricadas.
Além disso, havia uma forte evidência de que dois dos recibos foram escritos pela mesma pessoa. O Policy Exchange posteriormente removeu o relatório de seu site e emitiu uma desculpa pública a algumas mesquitas implicadas no material.