Finalmente, o tempo melhorou e um grupo de japoneses seguiu a bordo de um avião russo Avrora, rumo a Kunashir e Iturup.
Desde 1992 que existe um regime de isenção de vistos entre os moradores do Japão e das Ilhas Curilas do Sul, sendo um meio de melhorar o entendimento mútuo entre os povos dos dois países.
Os participantes da viagem e políticos que os acompanharam estavam genuinamente felizes por ter a possibilidade de viajar mais rápido até os lugares que consideram como "a sua terra".
A Sputnik entrevistou vários deles. Uma ex-moradora de Kunashir, Katsuko Maruta, de 76 anos, disse que finalmente conseguiu realizar seu sonho.
Ela foi forçada a deixar sua terra natal quando tinha apenas quatro anos. Segundo a idosa, ela já fez anteriormente várias viagens assim.
"Queria que as relações entre a Rússia e Japão fossem amistosas", confessou ela.
Outro participante do voo, Mizuno Katsuo, disse que nasceu em Iturup, num povoado pequeno que antigamente se chamava de Syana, e estudou lá até o segundo ano da escola primária.
"Eu lembro muito bem de minha escola, e seria muito bom ir lá de novo. Fico feliz por podermos visitar as sepulturas lá", compartilhou ele antes da viagem.
Kazuyuki Nakane, o político que acompanhou os participantes da viagem, também expressou satisfação quanto à possibilidade de viajar e frisou que a viagem "abre as portas a mais visitas" às Ilhas Curilas do Sul.
As Curilas do Sul passaram a integrar a União Soviética depois da Segunda Guerra Mundial. Embora o Japão ainda queira reaver esses territórios, a posição de Moscou é que a soberania russa quanto a eles corresponde às normas do direito internacional e não pode ser disputada.