Também conhecida como Gunkanjima (a ilha Couraçado), Hashima se localiza no mar da China Oriental e conserva vestígios da sua antiga condição de próspero centro da indústria mineira de carvão.
A pequena ilha, de uns 500 metros de comprimento, foi até 1974 residência dos trabalhadores das jazidas submarinas de carvão da empresa Mitsubishi, que comprou a ilha em 1890.
Entretanto, o negócio guardava seus segredos obscuros, um deles remonta à Segunda Guerra Mundial, quando a Coreia estava ocupada pelos japoneses. Na época, entre 500 e 800 cidadãos coreanos foram forçados a trabalhar na indústria mineira da ilha em condições desumanas. São precisamente estas as páginas negras da história japonesa que o vídeo pretende revelar, informa a rede de TV sul-coreana, Arirang.
Para demonstrar que esta denominação é justificada, a emissora recolheu algumas testemunhas dos sul-coreanos forçados a trabalhar neste lugar durante a Segunda Guerra Mundial. Um deles é Kim Hyung-seob que nunca esquecerá o dia no qual foi levado a trabalhar em Hashima: 17 de novembro de 1943.
"Nem sequer quero falar disso, não posso explicar o quanto sofremos", afirmou. "A comida era o maior problema, nos davam batata doce seca, feijão e resíduos de feijão, isso é o que chamavam de 'comida' para nós", adiantou.
Os coreanos trabalhavam até 12 horas por dia na mina de carvão, localizada a 1.000 metros abaixo do nível do mar. Alguns dos trabalhadores tentaram desesperadamente escapar ao "inferno" (a ilha se encontra a 20 km do porto de Nagasaki), mas estas tentativas foram inúteis.
"A terra era visível da ilha, estava justamente por outro lado do mar", descreve o sobrevivente, Lee In-um que também comenta que "alguns tentaram escapar a nado e mantendo-se boiando em tábuas de madeira, mas morreram".
Embora elas tenham reconhecido que em Hashima houve casos de "trabalhos forçados", os turistas que desde 2009 chegam à ilha em excursões organizadas não parecem ser suficientemente informados sobre esses eventos, afirmam os sul-coreanos.