David Russell, que participou na criação de tais filmes como Star Wars, as Crônicas de Nárnia, a última parte dos Piratas do Caribe, Wolverine, foi entrevistado pela Sputnik Sérvia. Ele se encontra na capital do país para dar um master-class para estudantes.
De acordo com Russell, já faz tempo que a "Sputnik e o canal russo RT" se tornaram para ele umas das principais fontes de informação, já que ele "não poder confiar mais na mídia norte-americana".
"A Sputnik tem para mim uma importância especial, para ter noção do que está ocorrendo na Síria, porque ela, tal como a RT, oferece mais informações úteis que a mídia popular dos EUA", assinalou.
O que diferencia Russell da maioria de seus colegas é a sua posição quanto à política. Ele se manifesta contra a política agressiva dos EUA.
Diz que, quando era jovem, participou de diferentes iniciativas políticas.
Segundo ele, as novas gerações estão despertando e começam a perceber o que se passa, que não se pode confiar em tudo o que é declarado oficialmente. Esse fato deixa o artista "animado".
Na entrevista, Russell ressalta que, mesmo havendo bastantes pessoas que compreendem a presença do mal, não é tão fácil erradicá-lo.
"Olhem para as gerações jovens. Quantas pessoas vão continuar protestando ou fazendo frente às corporações, à polícia ou ao exército quando estes fazem algo que não corresponde às normas éticas? Uma coisa é perceber a presença do mal. Mas vocês são suficientemente corajosos para tentar impedi-lo? Vocês não conseguiram impedir Trump e Hillary Clinton. Não conseguiram impedir que os EUA bombardeassem a Síria. Mas podiam tê-lo feito, se amanhã 50 milhões de pessoas se recusarem a ir ao trabalho […] O regime cairia. Por que vocês têm falta de coragem para fazê-lo, mesmo entendendo o que está ocorrendo?", pergunta Russell, acrescentando que ele tentou inspirar as pessoas através de seus filmes.
"Eu tentei [fazê-lo] por meio dos filmes que, em minha opinião, tinham uma mensagem útil para a sociedade. Mas nós fazemos parte do show business, aqui há poucas mensagens sérias". Ao mesmo tempo Russell assinala que um "filme é uma mídia imperfeita para expressar ideias, mas se usarmos este gênero apropriadamente, em especial como forma de protesto, então os filmes se tornarão uma arma poderosa".
Ele sublinha que o sucesso de Star Wars se deveu parcialmente à sua mensagem política.
"Lucas e Hollywood conseguiram atenuar o conflito, mas depois confessaram que tinham isto como objetivo. Vale lembrar que a guerra no Vietnã acabou, os vietnamitas se tornaram livres, os EUA sofreram uma derrota, e as pessoas de minha geração perceberam: finalmente temos capacidades de afrouxar esta máquina de guerra. Uma parte dessa energia foi incorporada em Star Wars, foi um dos motivos da popularidade do filme nos EUA".
Quando foi perguntado sobre existência de Darth Vader na vida real, Russel confessa que por trás da máscara dele enxerga o ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger, "um maquiavelista mau, que faz tempo já não traz nenhuma utilidade e que causou um dano enorme às pessoas. É comparável com o nível de supercelerados que Darth Vader e seu time representam. São reais e fomos nós que demos a força para eles. […] Se não os pararem, vão nos matar".