"Neste dia de esperança e sofrimento, os cidadãos da Catalunha ganharam o direito de ter um Estado independente sob a forma de uma república", disse Carles Puigdemont em um pronunciamento televisionado, cercado por membros de seu governo.
"O meu governo, nos próximos dias, enviará os resultados do voto de hoje ao Parlamento da Catalunha, onde reside a soberania do nosso povo, para que possa agir de acordo com a lei do referendo", disse ele.
A lei do referendo prevê uma declaração unilateral de independência pelo parlamento regional da Catalunha se a maioria votar para sair da Espanha.
A posição de Puigdemont foi reforçada pelo presidente da Assembleia Nacional catalã, Jordi Sanchez, que pediu ao governo da região que proclame a independência da Catalunha após o referendo.
"Esperamos que o governo nos permita ver em breve as ações para proteger o nascimento de uma nova República Catalã", disse Sanchez, citado pelo jornal El País.
A declaração foi feita pelo parlamentar como parte de um discurso na manifestação em frente aos apoiantes do referendo em Barcelona. "Momentos importantes na história deste país estão ocorrendo", sublinhou Sanchez.
Os resultados preliminares apontam para uma esmagadora maioria dos catalães votar para sair depois de um referendo que tinha sido banido pelo tribunal constitucional e declarado ilegal por Madri.
Como parte das pressões pela independência, mais de 40 sindicatos e associações catalãs convocaram neste domingo uma greve regional na próxima terça-feira, em referência aos episódios de repressão praticados pelas forças de segurança espanholas e que deixaram mais de 840 pessoas feridas.
Em uma declaração, a UGT e a CCOO, os maiores sindicatos da Espanha, a Assembleia Nacional da Catalã (ANC), uma poderosa associação civil pró-independência e outras organizações pediram a paralisação do trabalho devido à "grave violação dos direitos e liberdades".