Anulação jurídica realizada pelo Tribunal Constitucional, forte pressão policial exercida sobre a organização e o desmantelamento logístico consequente esvaziaram praticamente toda a força representativa da consulta.
Assim, quais são as fraquezas que estipularam o fracasso do referendo?
Recenseamento
A intervenção nas bases de dados informáticos por parte das forças de segurança da Espanha dificultou gravemente o acesso ao recenseamento eleitoral. Em alguns centros foi realizada uma prática tão rudimentar como anotar com a mão o número de Documento Nacional de Identidade (DNI) dos que chegaram para votar. Este problema técnico permitiu situações alarmantes e imagens como as de pessoas que demonstraram ter votado várias vezes.
VÍDEO | Una periodista de laSexta comprueba cómo era posible votar varias veces en distintos colegios https://t.co/3qTIHYE6Xf #1OctARV pic.twitter.com/eOenaaf8qS
— AlRojoVivo (@DebatAlRojoVivo) 1 de outubro de 2017
Votando varias veces sin problemas pic.twitter.com/BEJThDHMeY
— Soc. Civil Catalana (@Societatcc) 1 de outubro de 2017
Sem envelopes
Contagem
As autoridades catalãs contaram mais de 100% de votantes no referendo pela independência da região da Espanha. De acordo com Jordi Turull, representante oficial da Generalitat, pela separação da Catalunha votaram 90,09% dos participantes do referendo, 7,87% votaram contra, 2,03% de cédulas eleitorais não foram preenchidos e outros 0,89% foram qualificados de nulos, fazendo com que a soma total dê 100,88%, o que supera o número máximo.
#2oct
— Raul Gallart Perez (@Gallato7) 2 de outubro de 2017
El resultado anunciado por la Generalitat es una muestra más de la nula credibilidad del referéndum ilegal.
El recuento suma 100'88%🤔 pic.twitter.com/MT2JrtUM8b
Anúncio de Puigdemont
O presidente da Generalitat, Carles Puigdemont, nem mesmo esperou para ficar sabendo os resultados do referendo para anunciar o passo seguinte de sua agenda, deixando claro que a essência dessa jornada eleitoral tinha um caráter mais simbólico que de uma verdadeira consulta democrática. Essa relativização de números de contagem, é implicitamente um reconhecimento da escassez quase absoluta das garantias da votação.