A denúncia foi feita na semana passada pelo deputado Shim Jae-cheol, do oposicionista Partido da Liberdade da Coreia (LKP), e publicada pelo jornal Korea Herald.
Citando dados do Banco de Exportação e Importação de Coreia (Eximbank) e do Escritório de Orçamento da Assembleia Nacional, Shim disse que os passivos pendentes do Norte são 161,4 bilhões won (US$ 142,5 milhões) até julho, com empréstimos acumulados de 1,05 trilhões won (US$ 932 milhões).
"A Coreia do Norte não pagou um centavo desde 2012, mas o governo [sul-coreano] ainda não apresentou nenhuma contramedida", disse Shim.
"O tamanho da amortização deve ter sido usada no desenvolvimento de mísseis nucleares. O governo deve fazer o máximo para não perder toda a [dívida de] 1.05 trilhões won, que é o dinheiro do imposto das pessoas", completou.
De acordo com os dados da Assembleia Nacional, o governo Kim Dae-jung ofereceu empréstimos no valor de 369 bilhões won (US$ 327 milhões) e a administração Roh Moo-hyun forneceu até 683,7 bilhões won (US$ 650 milhões) sob a forma de alimentos, materiais e equipamentos.
Os repasses foram feitos por Seul a Pyongyang em 2000, quando os dois países fecharam um acordo para empréstimos que seriam gastos com alimentos, como parte dos esforços para impulsionar as trocas entre os dois países.
O acordo foi suspenso no início do governo conservador Lee Myung-bak, em 2008, em meio ao agravamento das relações inter-coreanas. As datas de resgate de múltiplos empréstimos começaram a contar em 2012, mas Pyongyang não mostrou nenhum sinal de que pretende pagar a sua dívida, disse Shim.
"Não há como impor o acordo. Estamos apenas fazendo tudo o que podemos. Devido ao agravamento das relações inter-coreanas desde 2012, não tivemos oportunidade de discutir o problema com os funcionários de nível do Norte", explicou o deputado.
A Coreia do Norte pagou 2,7 bilhões won (US$ 2,4 milhões) em bens em 2007 e 2008, incluindo zinco. Mas a amortização de caixa nunca foi implementada, de acordo com os dados da Assembleia.