Durante o seu discurso na Assembleia Geral da ONU, Trump atacou o Irã em seu estilo bombástico, chamando o Irã de "Estado-vilão economicamente falido, cujos líderes exportam violência, derramamento de sangue e caos".
O premiê iraniano, Mohammad Javad Zarif, criticou Trump por ele subestimar o Acordo Nuclear. Ele adicionou que a saída dos EUA do Acordo "tornaria mais difícil de acreditar e confiar nos EUA, qualquer um, não apenas a Coreia do Norte. Vocês ouviram aliados dos EUA dizendo que eles não são um parceiro confiável".
"Europeus deixaram muito claro para nós e para os EUA que planejam fazer de tudo para salvar o Acordo", frisou Javad Zarif.
Os comentários de Javad Zarif são uma prova do pivô da retórica mais beligerante usada pelo Irã durante a presidência de Mahmoud Ahmadinejad – ex-líder famoso por apoiar teorias de conspiração sobre o holocausto e ataque de 11 de setembro de 2011.
Em Washington, o homólogo de Javad Zarif e o secretário de Estado de Trump, ex-general do Corpo de Fuzileiros Navais, James Mattis, declaram a importância de os EUA permanecerem no Acordo. "É algo que o presidente deve guardar", declarou Mattis perante o Comitê para Serviços Armados do Senado na terça-feira (3). Ele acha que permanecer no Acordo é interesse da segurança nacional.
O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, general Joe Dunford, figura mais importante no mundo militar dos EUA, disse que o Irã "não está violando" o acordo e que o Estado-Maior "adiou o desenvolvimento das capacidades nucleares do Irã", como previsto.
Durante a campanha eleitoral, o candidato Donald Trump se pronunciava contra o Plano de Ação Conjunto Global, chamando-o de mau acordo que favorecia o Irã. Teerã "ria sobre a estupidez do acordo na área nuclear", disse Trump no verão de 2015. "Temos que duplicar e até triplicar as sanções. Eles estão fazendo um acordo perfeito".