"O próximo passo deveria ser os EUA oferecerem o envio de uma delegação de alto nível à Pyongyang para conversas de paz ou para apoiar uma conferência internacional, incluindo a Coreia do Norte e do Sul, EUA e China, em um local mutuamente aceitável", Carter escreveu no The Washington Post.
Carter sublinhou que o mundo está atualmente enfrentando uma possibilidade de "outra guerra da Coreia".
"Esta é a mais séria ameaça existente para a paz mundial, e é imperativo que Pyongyang e Washington encontrem alguma maneira de aliviar a tensão crescente e alcancem um acordo duradouro e pacífico", afirmou.
O ex-presidente dos EUA observou que ele próprio passou muitas horas em conversações com líderes norte-coreanos e cidadãos particulares durante suas visitas ao país.
"O que os funcionários sempre exigiram são conversações diretas com os Estados Unidos, levando a um tratado de paz permanente para substituir o cessar-fogo que ainda prevalece desde 1953 e que não conseguiu acabar com o conflito coreano", acrescentou.
"A principal prioridade dos líderes da Coreia do Norte é preservar seu regime e mantê-lo o mais livre possível do controle externo. Eles são amplamente imunes à influência ou pressão de fora", continuou Carter.
Até agora, o ex-presidente acrescentou, severas sanções econômicas não impediram Pyongyang de desenvolver uma formidável força militar e mísseis nucleares de longo alcance, enquanto utilizava um nível surpreendente de capacidade científica e tecnológica.
"Não há chance restante de concordar com uma desnuclearização total, já que viu-se o que ocorreu em uma Líbia desnuclearizada e [Pyongyang] avaliou o status duvidoso da adesão dos EUA ao acordo nuclear do Irã", acrescentou.
A situação na Península da Coreia agravou-se devido aos lançamentos de mísseis de Pyongyang e testes nucleares, levados a cabo em violação das resoluções do Conselho de Segurança da ONU. No caso mais recente, em 15 de setembro, a Coreia do Norte lançou um míssil balístico, que voou sobre o Japão antes de cair no Pacífico norte 20 minutos após o lançamento.
A Coreia do Norte vem trocando ameaças com os Estados Unidos. Em 26 de setembro, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que Washington estava totalmente preparado para tomar uma "opção militar" contra a Coreia do Norte que seria "devastadora". Em resposta, o líder norte-coreano Kim Jong-un ameaçou os EUA com uma resposta áspera.